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Capital

Caminhoneiros consideram protesto nobre, mas duvidam que surtirá efeito

Ricardo Campos Jr. e Caroline Maldonado | 03/02/2015 14:26
Caminhão parado na BR-163 com faixa de protesto. (Foto: Marcelo Calazans)
Caminhão parado na BR-163 com faixa de protesto. (Foto: Marcelo Calazans)

Parados na fila de caminhões formada pelo protesto da categoria na BR-163, em Campo Grande, motoristas de veículos de carga concordam com os motivos, mas acreditam que a ação tem pouca influência na solução dos problemas. As reivindicações incluem a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o óleo diesel de 17% para 12%, tabela de padronização do valor do frete e a presença de alguém do governo no local.

Inicialmente toda a via havia sido interditada, mas após negociação com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os caminhões encostaram na pista da direita, permitindo assim a passagem de carros, ônibus e motos.

Luan Garbin, 26 anos, é de Santa Catarina fez uma entrega em Campo Grande. Por causa do protesto, ele vai ficar na capital sul-mato-grossense até amanhã, quando sairá em busca de outra carga para voltar ao estado dele. A manifestação o pegou de surpresa. “Valeria a pena se mudasse alguma coisa, mas o difícil é que ninguém enxerga esse protesto. Só aqui está parado. Deveria parar o Brasil todo agora”, afirma.

Pedro Antônio Batista, 55 anos, se diz bastante incomodado com a questão do imposto, mas acredita que o protesto não vai afetar ninguém. “Só gera mais irritação”, disse se referindo ao fato de que o ato foi realizado em pleno horário de almoço.

Jairzinho Fanagioto, 48 anos, critica o aumento no preço dos combustíveis. “Nós não temos culpa do roubo da Petrobrás. Nós não vamos pagar essa conta. A Dilma que resolva com quem roubou”, opina.

Osni Carlos Belinati, 63 anos, presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul) diz que no estado a entidade tem 19 mil filiados e 72 mil caminhões e afirma que a redução do ICMS foi promessa de campanha do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). “É a mesma desculpa de sempre. Não tem jeito de continuarmos trabalhando dessa forma”, diz.

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