Caro e em falta nas farmácias, Tamiflu só é distribuído a grupo prioritário
O antiviral chega a custar R$ 383,33 em alguns lugares, e há desabastecimento do fármaco no país

Com o aumento da circulação do vírus Influenza na capital, a procura pelo antiviral Tamiflu e seus genéricos aumentou nas farmácias. Em algumas, não há mais nenhuma caixa do remédio disponível, e em outras, o medicamento está valendo ‘ouro’.
RESUMO
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Com o aumento da circulação do vírus Influenza em Campo Grande, a busca pelo antiviral Tamiflu disparou, levando à escassez em farmácias e preços elevados. No SUS, o medicamento é destinado a grupos prioritários, como menores de 5 anos e maiores de 60, ou pessoas com comorbidades. O infectologista Júlio Croda destaca a importância do uso do Tamiflu nas primeiras 72 horas após os sintomas. A influenza pode causar complicações respiratórias graves, com sete mortes registradas no estado. A vacinação é incentivada, com unidades específicas para atendimento de síndrome gripal na cidade.
No SUS (Sistema Único de Saúde), a orientação é disponibilizar o medicamento para grupos prioritários que podem evoluir para a forma grave da doença, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que, para conseguir a medicação, é preciso ter o receituário, ser menor de 5 anos ou maior de 60 anos, e, para casos fora desse grupo de risco, é necessário apresentar comorbidade associada, como diabetes, hipertensão arterial, por exemplo.
O Campo Grande News encontrou uma variação muito grande no valor do remédio. A caixa do antiviral de 75 mg com dez comprimidos chega a custar R$ 383,83. A versão genérica mais em conta, com a caixa de 30 mg e os mesmos dez comprimidos, sai a R$ 67,49.
Orientações – De acordo com o médico infectologista Júlio Croda, a circulação do vírus da Influenza está intensa nas últimas semanas, e o uso do Tamiflu é fundamental para combater o vírus nas primeiras horas de contaminação.
“Ele deve ser usado nas primeiras 72h após o surgimento dos sintomas. Depois disso, o efeito dele já não é benéfico, porque o vírus já causou todo o dano e a carga viral fica muito baixa. Ele serve para prevenir a atividade viral, replicação e sintomas. Depois desse período, o corpo fica com a resposta inflamatória”, justificou.
O alerta para a população é quanto ao quadro de piora da doença. “A influenza ataca completamente o sistema respiratório. Se a pessoa sentir falta de ar, acompanhada ou não de tontura, fraqueza intensa, dificuldade de fazer atividades físicas mínimas, como ir ao banheiro, é sinal de que a oxigenação não está adequada e vai precisar de suporte médico”, ressalta.
Para quem tiver o oxímetro em casa, a saturação de alerta é abaixo de 90%. O quadro pode evoluir para pneumonia e morte. Até o momento, sete pessoas já morreram por conta dos tipos de influenza, e 75 tiveram a doença confirmada em Mato Grosso do Sul desde o início de 2025.
A incubação do vírus dura de sete a dez dias. Se os sintomas persistirem após este período, a orientação é procurar um médico. “É importante sempre investigar, porque a influenza pode gerar infecções bacterianas secundárias. Se os sintomas persistirem, procure o médico para fazer uma nova investigação”, concluiu Croda.
Ele ressaltou o pedido para que a população vá aos postos para tomar a vacina contra a doença. Vale destacar que as pessoas com sintomas de gripe precisam esperar uma janela de 30 dias para se imunizar.
Em Campo Grande, as unidades sentinelas para atendimento de síndrome gripal são o CRS Doutor Waldeck Fletner de Castro Maia (Coophavilla II) e a UPA Doutor Walfrido Arruda (Coronel Antonino).
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