Contra urna de madeira, oposição quer suspender eleições na Fetems
Para oposição, urnas de madeira que serão usadas em Três Lagoas comprometem segurança do pleito
Faltando quatro dias para a escolha da nova diretoria da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), a chapa 2 ameaça pedir a suspensão do processo eleitoral devido às urnas que serão utilizadas. Candidato a presidente da chapa de oposição, Joaquim Neto alega que as urnas atuais colocam em risco a lisura do pleito, com evidente possibilidade de fraude. Em tempos digitais, a urna usada é de madeira.
RESUMO
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A quatro dias da eleição da Fetems, a chapa de oposição ameaça suspender o pleito devido a urnas de madeira, consideradas inseguras. O candidato Joaquim Neto alega risco de fraude, especialmente em Três Lagoas, onde a maioria dos votantes é da oposição. Ele critica a falta de padronização e anuncia pedido de suspensão. O atual presidente, Jaime Teixeira, rebate as acusações, afirmando que uma comissão eleitoral é responsável pelo processo. A eleição, marcada para 2 de junho, terá duas chapas após 20 anos, com 23 mil votantes. A Chapa 1 é liderada por Deumeires Morais, enquanto a Chapa 2 tem Joaquim Neto como candidato.
Nem sequer as de lona com lacre foram opção. Em plena era da inteligência artificial, da biometria e do voto auditável, o pleito de uma das maiores entidades sindicais do Estado será decidido com uma caixa.
Em entrevista, Joaquim afirmou que, nesta quinta-feira (29), a advogada da chapa teve acesso às urnas que serão utilizadas na votação em Três Lagoas, município a 327 km da Capital. Segundo ele, as urnas de madeira não oferecem segurança. A organização resolveu não solicitar urnas eletrônicas ao Tribunal Regional Eleitoral, o que normalmente ocorre em eleições do tipo.
“Não tem como lacrar, porque é de madeira, não tem parafuso. Não se usa mais esse tipo de urna em eleição. Ficamos preocupados porque não sabemos como será em outros municípios”, pontuou.
O professor defende que a Fetems tem prerrogativa para solicitar ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a padronização das urnas, como teria ocorrido em eleições anteriores. Segundo ele, o atual processo é diferente justamente porque há oposição na disputa.
“Há 20 anos a chapa é única, sempre com urnas do TRE. Agora, quando tem chapa 2, eles mudaram o procedimento”, afirma.
O candidato também aponta que, em Três Lagoas, onde serão usadas as urnas questionadas, a maioria dos votantes é da oposição. “Nunca ganharam em Três Lagoas. Com esse formato, você tem uma urna circulando sem controle de ninguém. Na prática, eles vão coletar os votos para eles mesmos”, critica.
Diante da situação, Joaquim garante que sua chapa vai pedir a suspensão da eleição. “Nós vamos solicitar a suspensão, porque há um grande risco de fraude. Queremos uma eleição justa. Mas como acreditar, se cada lugar usa um tipo diferente de urna?”, questiona.
Outro lado - Procurado, o atual presidente da Fetems, Jaime Teixeira, esclareceu que há uma comissão eleitoral responsável por definir a utilização das urnas e conduzir o processo, sem qualquer envolvimento do TRE.
Candidato ao cargo de secretário de Finanças pela Chapa 1, Jaime afirma que essa é mais uma tentativa da oposição de interromper o processo. “Ele já pediu três vezes. Essa é só mais uma. Ele percebeu que não tem votos para ganhar e fica tentando criar fatos”, rebateu.
Eleição - Marcada para o dia 2 de junho, a eleição da Fetems terá duas chapas pela primeira vez em 20 anos e 23 mil aptos a votar. As chapas são: “Fetems Forte e Unida, de Todas e Todos – Nossa Voz e Nossa Força”, que reúne cerca de 60% dos integrantes da atual gestão, e a “Alternativa”, formada por candidatos que não integram a atual diretoria.
A entidade é presidida por Jaime Teixeira, que está em seu segundo mandato e, conforme o estatuto, não pode se candidatar novamente ao cargo máximo. Ele concorre ao cargo de secretário de Finanças na Chapa 1, que tem como candidata à presidência a professora Deumeires Batista de Souza Rodrigues de Morais, atual vice-presidente.
Já a Chapa 2 é encabeçada por Joaquim Soares de Oliveira Neto, tendo como vice Elizangela Tiago da Maia.