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Capital

Chuva forte significa caos para quem mora no entorno do Córrego Imbirussu

Por causa da chuva de ontem, a avenida que fica às magens do córrego amanheceu alagada e com muita sujeira

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 09/06/2022 10:22
Ciclovia amanheceu alagada e coberta por lama. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ciclovia amanheceu alagada e coberta por lama. (Foto: Henrique Kawaminami)

Avenida coberta por lama, entulhos e buracos no asfalto. O Córrego Imbirussu, que transborda toda vez que chove forte, virou dor de cabeça para os moradores que vivem no entorno dele, na região do Jardim Zé Pereira, em Campo Grande.

Na manhã desta quinta-feira (8), por causa da chuva de ontem, a ciclovia localizada às margens do córrego, na Avenida José Barbosa Rodrigues, ainda estava alagada e coberta por barro. O pedreiro Wellington Nascimento Santana, de 50 anos, teve que fazer a caminhada matinal nas calçadas das casas e dos comércios, porque não tinha como passar pelo trecho.

Ontem, quando a chuva chegou, Wellington estava na avenida e buscou abrigo na varanda de uma mercearia para se proteger. “Ninguém passava aqui, nem caminhão. Os carros tiveram que voltar para trás, a via ficou congestionada. Um caos. Toda vez que chove, acontece isso, a gente reclama e não adianta nada. Chega a eleição e o povo vem aqui de novo para tapear a gente. Tinha que ser feita uma drenagem muito bem feita aqui para o problema acabar e o córrego não transbordar”, reclamou.

Compartilha da mesma opinião o protético Claudemir de França Araújo, de 44 anos. “Tinham que resolver esse problema. Afundar um pedaço do córrego. Tem um lado dele que é muito raso. É tão raso que, às vezes, nem está chovendo e a água invade a rua. Tinham que limpar também, porque está assoreado. O problema está fácil de resolver, mas ninguém resolve”, disse.

Córrego às margens da Avenida José Barbosa Rodrigues. (Foto: Henrique Kawaminami)
Córrego às margens da Avenida José Barbosa Rodrigues. (Foto: Henrique Kawaminami)

O pedreiro João Lúcio, de 23 anos, mora na região e ficou com o quintal alagado por causa da água vinda do córrego. “Começa a chover fraco e já alaga a rua. Quando a intensidade aumenta, a água vai para dentro das casas”, destacou. Ele disse que tem um outro trecho da avenida que não alaga, porque o córrego é mais fundo.

O comerciante José Marcos Benites, de 47 anos, acordou 6h para fazer a limpeza da calçada e da beirada da rua. "A enxurrada trouxe sujeira e entulho. Às vezes, até os canos estouram e os ratos começam a sair do esgoto. O cheiro fica insuportável. Há anos, vem acontecendo isso”, lamentou.

Ele assa frango aos domingos e tem dia que precisa fechar o comércio por causa do mau cheiro vindo do córrego. “Tenho prejuízo direto. Ontem, a água entrou dentro da varanda, vem tudo o que não presta pra cá. Tinham que vir com máquinas [equipes de obras da prefeitura] e fazer um canal no meio desse córrego”, disse. Na mesma avenida, moradores tiveram que sinalizar buraco que já existia, e ficou maior ainda com a chuva de ontem, para não causar nenhum acidente.

Por nota, a assessoria de imprensa da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que não houve o transbordamento do córrego. "Há uma nascente que deságua no Imbirussu e a Sisep aguarda o licenciamento ambiental para fazer o desassoreamento. O assoreamento acaba provocando o acúmulo de enxurrada no trecho da Avenida José Barbosa Rodrigues".

Moradores fazendo limpeza às margens da via. (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradores fazendo limpeza às margens da via. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na Capital, a média de chuva desta quarta-feira foi de 59 milímetros. As rajadas de vento chegaram a 69 km por hora, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

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