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Capital

Com ajuda da população, projeto vai mapear caminhos de antas pela cidade

Estudo quer sabe como esses animais se comportam e o motivo de cada vez mais aparecerem em área urbana

Mariana Rodrigues | 23/04/2021 10:34
Imagem feita no dia 30 de março deste ano no Parque dos Poderes, em Campo Grande. (Foto: enviada por Felipe Fantacine)
Imagem feita no dia 30 de março deste ano no Parque dos Poderes, em Campo Grande. (Foto: enviada por Felipe Fantacine)

Animais silvestres andando pelas ruas de Campo Grande tem sido cada vez mais comum, vez ou outra é possível flagrar quatis, capivaras e antas desfilando no perímetro urbano. As imagens causam verdadeiro fascínio, mas é importante lembrar que esses bichinhos precisam ser monitorados pois não estão em seu habitat natural, com esse objetivo, foi criado o projeto “Antas Urbanas” que na primeira etapa vai mapear as ocorrências de antas pela cidade com ajuda da população.

De acordo com o biólogo Felipe Fantacine, 31 anos, do INCAB (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira), a iniciativa de longa-duração visa à pesquisa e a conservação da anta brasileira (Tapirus terrestris) nos quatro biomas onde ela é encontrada, sendo estes: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. “Neste início de 2021, estamos nos preparando para estudar a anta em um contexto ainda pouco compreendido, em áreas periurbanas e urbanas de grande adensamento populacional e grandes modificações na paisagem”, explica.

Nessa primeira etapa do projeto, ocorre o mapeamento de ocorrências de antas pela cidade. “Campo Grande sempre tem relatos de pessoas que viram antas pela cidade que aparecem na mídia e tudo mais, então vimos a oportunidade de começar este estudo na cidade”. A sede da INCAB em Campo Grande conta com três veterinários do projeto, um biólogo e a coordenadora.

“O apoio da população é muito importante. São milhares de olhos espalhados por toda a cidade podendo avistar os animais a qualquer momento. Algo que a equipe sozinha jamais conseguiria. Esse envolvimento da comunidade é muito legal, pois eles ajudam a gerar conhecimento científico e a gente consegue comunicar melhor as nossas atividades, conscientizar melhor para a questão da conservação e gerar multiplicadores. Essa é a ciência cidadã e tem se mostrado uma aliada importância na geração do conhecimento na área ambiental”. Em poucos meses foram 70 registros de antas, conforme informou Felipe.

Flagrante feito na Chácara dos Poderes. (Foto cedida por Felipe Fantacine)
Flagrante feito na Chácara dos Poderes. (Foto cedida por Felipe Fantacine)

Na segunda etapa começa o monitoramento por meio de colares GPS que envia em tempo real a localização dos animais. “Também pretendemos fazer uma avaliação bem completa de saúde desses indivíduos, com vários exames clínicos e laboratoriais, além de coletar amostras para estudo de genética. Com esses dados poderemos entender melhor como estes animais sobrevivem próximo ao meio urbano e periurbano, como elas utilizam esse ambiente, o estado de saúde, quais as ameaças à população e quais as medidas necessárias para conservar este animal num contexto tão próximo de nós, na cidade”.

Felipe reforça que quem avistar algum animal andando pelas ruas de Campo Grande, basta enviar o local, data e horário, outros detalhes como se era mãe com filhotes, comportamento do animal, também são importantes. “Se tiver fotos e vídeos, são todas informações muito importantes e a gente agradece muito pela colaboração”.

O biólogo lembra ainda que por mais que esses animais nos encantem é necessário lembrar que não se deve chegar perto, pois são silvestres. “Lembrando que são animais silvestres, ela até podem parecer mansas, mas nunca deve tentar se aproximar do animal. Mantenha uma distância segura deixe o animal continuar no seu rumo. Se perceberem que o animal está ferido ou numa situação de risco é importante avisar os órgãos responsáveis a Polícia Ambiental, CRAS, bombeiros”, alerta.

Você já viu alguma anta pelas ruas de Campo Grande? Quer ajudar nesse projeto? Basta entrar em contato com pelo WhatsApp: (67) 99337-0799 ou pelo e-mail fantacini@ipe.org.br.

Também é possível mandas as informações pelas redes sociais do projeto: Instagram e Facebook.

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