Professores temporários protestam contra corte de bônus
Manifestantes pedem manutenção de gratificações por titulação e marcam assembleia para próxima segunda
Na manhã deste sábado (27), cerca de 150 pessoas se reuniram em frente à Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) para protestar contra o Decreto nº 16.389, publicado na quinta-feira (25) no Diogrande. A medida retira benefícios ligados à qualificação de professores temporários da Reme (Rede Municipal de Ensino).
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Cerca de 150 professores protestaram em Campo Grande contra o Decreto nº 16.389, que retira gratificações por qualificação dos docentes temporários da Rede Municipal de Ensino. A manifestação ocorreu no sábado (27), em frente à Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul. Os manifestantes contestam a perda do benefício de 10% para especializações como pós-graduação, mestrado e doutorado. A prefeita Adriane Lopes defendeu a medida alegando que professores temporários não possuem carreira, justificando a decisão como necessária para redução de custos, sem especificar o impacto financeiro.
Com cartazes como “Efetivos ou temporários, somos todos professores” e “Retrocessos, sucateamento da educação”, os manifestantes reivindicaram a bonificação de 10% para especializações, como pós-graduação, mestrado e doutorado. Eles também anunciaram uma assembleia na próxima segunda-feira (29), às 18h, na sede da Fetems.
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O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, informou que foi entregue uma carta à prefeitura, na sexta-feira (26), com pontos do edital que a categoria considera passíveis de discussão. Segundo ele, a assembleia deve definir os próximos passos, independentemente de resposta do Executivo municipal.
“Nossa expectativa é sair unificados em torno de uma agenda. Esperamos um posicionamento da prefeitura na segunda-feira para debater com a categoria. Sabemos que esse não é o primeiro desafio e não será o último”, afirmou Bronzoni.
Durante o protesto, houve uma pequena confusão em relação ao direito de fala no microfone. Como no prédio do sindicato aconteciam aulas de um cursinho preparatório, o uso do equipamento não foi autorizado. A situação causou incômodo a alguns presentes, mas foi contida.
Professor da Reme, Washington Pagane, de 35 anos, afirmou que as críticas vão além do decreto. Ele lembrou que, na segunda-feira (22), houve uma repactuação salarial, após a prefeitura alegar falta de recursos para pagar os docentes.

“Dias depois, é lançado um edital tirando a gratificação de titulação para convocados com pós-graduação, mestrado ou doutorado, com discurso de economia. Isso não foi colocado na assembleia. Qual o motivo?”, questionou.
O professor Leonardo Vicente Nardi, de 29 anos, que atua como temporário em ciências e biologia, ressaltou que a diferença entre o edital de 2023 e o atual é significativa. “Essa decisão precariza e desmobiliza a classe. Colocar professores convocados como menos que os efetivos gera conflito entre nós”, afirmou.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) também participou do ato e criticou a falta de transparência. “A prefeitura não apresentou o impacto econômico da decisão. Apenas publicou o edital com novas regras. Isso lesa o direito dos professores convocados. Não aceitamos mais retrocessos. A educação deve ser prioridade, e não há prioridade sem professores bem remunerados”, declarou.
Na sexta-feira (26), a prefeita Adriane Lopes (PP) defendeu a medida, alegando que professores temporários não possuem carreira e, por isso, não terão direito às gratificações. Ela também afirmou que a decisão busca reduzir custos e abrir espaço para novos investimentos, mas não informou o valor do impacto financeiro.
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