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Capital

Com valores populares, TVs a cabo dominam periferia

Aliny Mary Dias | 15/06/2013 12:11
Antenas de operadoras destoam de cenário humilde das casas (Foto: Marcos Ermínio)
Antenas de operadoras destoam de cenário humilde das casas (Foto: Marcos Ermínio)

As TVs por assinatura deixaram de ser um item de luxo há alguns anos, apesar do crescimento das instalações em bairros que não fazem parte da classe média alta, o acesso a TV a cabo nas periferias da Capital chama a atenção de quem passa pelas ruas.

Na Cidade de Deus, bairro localizado próximo ao aterro sanitário de Campo Grande, não é preciso esforço para encontrar casas com antenas de várias operadoras diferentes.

Além das residências construídas pelo poder público e repassada aos moradores mediante o pagamento de uma taxa, a TV a cabo também está presente nos barracos levantados por moradores que aguardam uma nova residência. Na casa da babá Rozângela de Jesus, de 35 anos, a imponente antena destoa do cenário comum das comunidades de baixa renda.

“Faz duas semanas que a gente contratou a TV e é uma maravilha. Tem um monte de canais e as crianças adoram os desenhos”, conta a mulher que mora com a filha e o marido e possui uma renda mensal de R$ 400.

A casa é simples, apenas dois cômodos abrigam a família. As paredes foram construídas com tábuas, lonas e placas de publicidade e a antena foi instalada em uma das paredes mais resistentes da casa.

Desenhos são os principais atrativos para os pais (Foto: Marcos Ermínio)
Desenhos são os principais atrativos para os pais (Foto: Marcos Ermínio)

Rozângela conta que o acesso aos canais fechados sempre foi um sonho para a família, mas o alto valor sempre foi um obstáculo para a realização do desejo. “Há um tempo era muito caro, hoje em dia não é barato, mas a gente consegue pagar fazendo um sacrifício”, explica a babá.

Com a renda de R$ 400, fruto do trabalho como babá e dos bicos feitos pelo marido como pedreiro, a família compromete 12% do salário para ter direito aos canais de filmes e desenhos. “Pagamos R$ 50 e é um dinheiro suado pra gente, mas vale muito a pena”, conta a mulher.

Pai de dois filhos, Bruno do Carmo, de 28 anos, também vive na Cidade de Deus. A casa do moto entregador foi adquirida por meio do programa de habitação do Governo Estadual e chama a atenção em razão das duas antenas instaladas.

Bruno teve o primeiro contato com a TV por assinatura há 6 meses, os filhos de 7 e 2 anos foram os mais beneficiados om a novidade. “Para eles é uma maravilha, eles vão para a escola e depois ficam em casa assistindo desenho. Eu acredito que influência na educação deles e facilita para minha esposa que fica com eles durante o dia”, afirma.

Há poucos meses, insatisfeito com os canais da antiga operadora, Bruno trocou de empresa e agora tem acesso a maior variedade de canais pagando menos pelo serviço. “Aqui a gente paga R$ 52,90 e é um valor bem gasto, meus filhos gostam bastante”.

E a satisfação das crianças é perceptível, durante o tempo que a reportagem esteve na casa, os pequenos não tiraram os olhos do desenho Turma da Mônica, o preferido do filho mais novo.

Para Adriana, noticiário nacional é principal atração dos canais fechados (Foto: Marcos Ermínio
Para Adriana, noticiário nacional é principal atração dos canais fechados (Foto: Marcos Ermínio

Facilidade – Moradora do bairro Nova Capital, residencial vizinho as Moreninhas I, a dona de casa Adriana Maria Moreira, de 32 anos, instalou a TV a cabo há 1 mês na residência de um cômodo.

Diferente do motivo da maioria dos pais, Adriana conta que a instalação da antena tem como justificativa principal o noticiário nacional. “Eu gosto muito de assistir jornal, mas gosto de saber das coisas que acontecem em São Paulo e com os jornais da TV normal é muito difícil”, conta a dona de casa.

A mulher tem 4 filhos e logo depois da contratação da empresa, o marido ficou desempregado e a renda da família caiu pela metade. Apesar das dificuldades, ela garante que a TV por assinatura vai continuar sendo usada pela família.

“Vamos continuar com a TV, é uma maravilha. Agora que a gente acostumou, quero ver quem tira”, brinca a dona de casa.

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