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Capital

Condenado a mais de 80 anos "some" da Máxima em Campo Grande

Laudelino tinha tentado sair da cadeia por causa da covid-19, mas juiz entendeu que era "risco para sociedade"

Ana Paula Chuva e Marta Ferreira | 03/06/2021 14:23
Laudelino no júri realizado dia 12 de novembro de 2015 em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Laudelino no júri realizado dia 12 de novembro de 2015 em Campo Grande (Foto: Arquivo)

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a Polícia Civil estão investigando a fuga de  detento do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, na madrugada de quarta-feira (2).  Ele simplesmente sumiu e a falta só foi percebida na hora do "confere".

Conforme registro policial, durante conferência no pavilhão 3 da unidade penal o agente penitenciário deu falta do detento Laudelino Ferreira Vieira, 43 anos, conhecido por "Lino", dono de extensa ficha criminal.

De acordo com a Agepen, o caso está sendo investigado pela Corregedoria-Geral que inclusive analise as imagens da câmera de monitoramento da unidade penal para saber as circunstâncias da fuga.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, Laudelino tinha autorização para trabalhar no presídio, junto com outros 230 detentos. Atuava  na limpeza da escola da unidade penal.

Em agosto de 2020, tentou prisão domiciliar em razão de covid-19, mas o juiz responsável, Mário José Esbalqueiro Junior, então titular da 2ª Vara de Execução Penal, disse que soltar o condenado representava risco para a sociedade, diante de sua vida pregressa.

"Lino tem condenação superior a 80 anos de prisão, por crimes de tentativa de homicídio, homicídio, tráfico de drogas, roubo, furto, além de latrocínio.

Laudelino quando foi preso em 2013. (Foto: Reprodução)
Laudelino quando foi preso em 2013. (Foto: Reprodução)

Laudelino é integrante de quadrilha que roubou três aviões e matou o empresário Luís Fernandes de Carvalho em Corumbá, em 2004.

Em 2015, ele foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado pela tentativa de assassinato de policiais rodoviários federais em julho de 2010. Ele e um comparsa foram baleados após furar um bloqueio e disparar 10 tiros contra os policiais na BR-262, em Terenos, quando tentavam trazer cocaína da Bolívia.

Laudelino foi condenado por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e uso de documentos falsos. Além de ser baleado pela PRF, ele estava com 6 quilos de cocaína e usava documento falso em nome de Jairo dos Santos.

Também é apontado como integrante da quadrilha que no ano de 2006 trocou tiros com a PM na Estrada Jacadigo, na zona rural de Corumbá, matando o policial Rudy Mendonça, que tinha 43 anos. -

A fuga foi constatada às 17h de quarta-feira (2). Os agentes penitenciários fizeram revisão geral nas 25 celas do pavilhão após darem falta de Laudelino, mas não encontraram o interno.

O caso foi denunciado à Polícia Civil, além de estar sob investigação da Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário. Um dos objetivos da apuração é saber se houve conivência de funcionários.

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