ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Contador foi preso com documento falso durante operação do Gaeco

Flagrante foi em um dos escritórios de contabilidade vasculhados por equipe da força-tarefa

Anahi Zurutuza | 15/11/2016 14:12
Gaeco passou quatro horas em imóvel no Carandá na manhã de ontem (14) (Foto: Richelieu de Carlo/Arquivo)
Gaeco passou quatro horas em imóvel no Carandá na manhã de ontem (14) (Foto: Richelieu de Carlo/Arquivo)

Durante o cumprimento de um dos cinco mandados de busca e apreensão em escritórios de contabilidade alvos da Operação Caduceu, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) prendeu o contador Tércio Brandino em flagrante por falsidade documental. Este foi a única informação a mais divulgado pela assessoria de imprensa do MPE (Ministério Público Estadual) até agora sobre mais uma das fases da força-tarefa da Lama Asfáltica.

A prisão aconteceu ontem (14) e o MPE não deu detalhes sobre que documento falso foi apresentado ou encontrado com o contador. Também não foi divulgado onde Brandino foi detido e se ele ainda continua preso.

Agentes saíram levando envelopes e pasta com documentos (Foto: Richelieu de Cargo/Arquivo)
Agentes saíram levando envelopes e pasta com documentos (Foto: Richelieu de Cargo/Arquivo)

Caduceu – Um dos mandados de busca foi cumprido em um escritório localizado na esquina da rua Vitório Zeolla com a rua Abricó do Pará, na Carandá Bosque – bairro do leste de Campo Grande. A equipe do Gaeco passou cerca de quatro horas no local e saiu com envelopes e uma pasta contendo documentos.

A informação é que o escritório de contabilidade presta serviços para a Proteco Construções, de propriedade de João Amorim, apontado pelo Gaeco como líder de esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos da construtora com o poder público. O empreiteiro é um dos principais alvos da Lama Asfáltica e já foi preso três vezes, do ano passado para cá.

Ontem (14), sem falar com a imprensa, cinco agentes saíram do imóvel no Carandá. A única confirmação que o MPE, instituição a qual o Gaeco é subordinado, deu na manhã desta segunda-feira é que a operação mirava em escritórios de contabilidade, que teriam emitido notas frias para facilitar a lavagem de dinheiro e acerto de contas de empresas investigadas.

PF quando cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Amorim (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
PF quando cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Amorim (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

Lama Asfáltica – O trabalho da força-tarefa apura desvios de milhões de obras em Mato Grosso do Sul por uma organização criminosa. Iniciada há um ano e quatro meses, a Lama Asfáltica já levou pelo menos 15 pessoas para cadeia.

Além do Gaeco, a PF (Polícia Federal), o MPF (Ministério Público Federal), a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal também trabalham para tentar identificar o tamanho do esquema com tentáculos em repartições públicas e empresas.

João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções e de vários contratos com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Campo Grande, e o ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, são apontados como líderes do esquema. Os dois foram presos em novembro do ano passado, maio e em junho deste ano.

Até maio deste ano, a força-tarefa havia investigado R$ 195 milhões em contratos. A pedido do Gaeco, a Justiça bloqueou R$ 44 milhões em bens de 24 investigados, valor que representa a soma dos R$ 11 milhões em prejuízos encontrados na primeira fase da operação – que aconteceu em julho de 2015 – e mais R$ 33 milhões.

Caduceu, nome da nova fase da Lama Asfáltica – que já teve desdobramentos nas operações Fazendas da Lama e Aviões da Lama –, é um símbolo astrológico e que representa lucro, vendas e comércio. Por este motivo, a figura simboliza a contabilidade, daí o nome da nova fase, segundo o Gaeco.

Nos siga no Google Notícias