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Capital

Contra restrições, empresários fazem manifestação na Afonso Pena

Jhefferson Gamarra e Liniker Ribeiro | 12/03/2021 14:44
Com cartazes, manifestantes protestam contra o decreto do governo estadual em frente a prefeitura (Foto: Kísie Ainoã)
Com cartazes, manifestantes protestam contra o decreto do governo estadual em frente a prefeitura (Foto: Kísie Ainoã)

Ao coro de “não acabou, tem que acabar, esse decreto não nos deixa trabalhar” empresários, comerciantes e funcionários realizam protesto na tarde desta sexta-feira (12), em frente a Prefeitura de Campo Grande. Apesar da últimas medidas serem assinadas pelo Governo do Estado, o grupo quer apoio do município contra as novas medidas que passam a vigorar no domingo.

Aproximadamente 100 pessoas participam da manifestação, o que gerou aglomeração no Paço Municipal. O objetivo dos manifestantes é chamar a atenção do poder publico e dialogar com a prefeitura sobre as demandas dos setores que serão prejudicados com o decreto, como forma de amenizar os efeitos da ampliação do toque de recolher para 20h.

Caio Monteiro, organizador do protesto questiona as medidas restritivas do governo. (Foto: Kísie Ainoã)
Caio Monteiro, organizador do protesto questiona as medidas restritivas do governo. (Foto: Kísie Ainoã)

Um dos organizadores do protesto, Caio Monteiro de Lima, 45 anos, funcionário de buffet, repete o que é coro no grupo, que as medidas restritivas para o setor são ineficaz para diminuir o contágio do vírus.

“A gente segue todos os padrões, coisa que em festa clandestina não tem. Não podemos fechar porque a economia já está fragilizada, mais de 4 mil pessoas já perderem o emprego. Impedem o comércio mas as pessoas não vão parar, aglomeram em casa, vão ao mercado fazer compras e reunir em casa”, diz.

Na expectativa de serem recebidos pelo prefeito, os organizadores do movimento montaram um documento com alternativas e medidas que poderiam ser adotadas para controlar os impactos do contagio sem ser radical com o setor.

Wanderson Arruda cobra maior fiscalizações contra festas clandestinas e teme a prorrogação do decreto (Foto: Kísie Ainoã)
Wanderson Arruda cobra maior fiscalizações contra festas clandestinas e teme a prorrogação do decreto (Foto: Kísie Ainoã)

Temendo maiores restrições futuras, Wanderson Arruda, 32 anos, que possui três empresas na cidade, pede ações contra a clandestinidade, maior fiscalização e o fechamento do comércio que não quiser respeitar as medidas.

“A alternativa do governo é ineficaz, outros estados fecharam antes e a situação ficou ainda pior, estão caminhando para o lockdown nossa ideia é que haja fiscalização o dia todo, não somos contra vidas queremos salvar muitas delas. Certeza que daqui quinze dias as medidas serão prorrogadas”, sugere o empresário.

Marcos Maidano conta que tem feitos muitos empréstimo desde o começo da pandemia e teme ir a falência (Foto: Kísie Ainoã)
Marcos Maidano conta que tem feitos muitos empréstimo desde o começo da pandemia e teme ir a falência (Foto: Kísie Ainoã)

Dono de lanchonete, Marcos Maidano, 48 anos, conta que teme a ir a falência devido aos prejuízos que teve desde o início da pandemia. O empreendedor ficou sabendo da manifestação através de grupos de whatsapp e achou importante participar.

“Temos noção do que estamos passando, a gente entende o contexto mas o foco principal não somos nós, estamos cumprindo todo o protocolo orientado, álcool, limitação e mesmo assim somos penalizados, muitos estão quebrando fazendo empréstimos, eu mesmo já me endividei fazendo um fazendo uma atrás do outro, meu medo é ir a falência”, diz o empresário alegando que terá que “mendigar clientes” durante a semana já que está impedido de trabalhar aos finais de semana.

Após o protesto em frente ao paço municipal, os manifestantes pretendem fazer carreta até a Governadoria no Parque dos Poderes.

Vale para todos - O decreto com as regras que começam a valer domingo tem superveniências sobre as decisões municipais, segundo alertado pelo chefe do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Alexandre Magno Lacerda.

De acordo com o procurador, o Ministério Pùblico, caso identifique descumprimento por parte de municípios, vai à Justiça pedindo o cumprimento das medidas visando a frear o caos provocado pelo pico da pandemia de covid-19.

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