Deam pede prisão, mas enfermeiro responde à acusação de estuprar paciente livre
Paciente de 36 anos denunciou em fevereiro os abusos sexuais cometidos por profissional de saúde de 51 anos
A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Campo Grande concluiu inquérito que investigava enfermeiro do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) por estupro de paciente e tentou prender o acusado. O pedido, contudo, foi negado pela Justiça, embora o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tenha se manifestado favorável à prisão, segundo a delegada Maíra Machado, que tocou a investigação.
“A Deam entende como encerrada a investigação”, afirmou a delegada, acrescentando que nesta terça-feira (27), o relatório de tudo que foi apurado e as provas juntadas fora encaminhadas ao Judiciário.
Os responsáveis pelas apurações dizem ter convicção que o enfermeiro cometeu agressão sexual contra a paciente de 36 anos, que estava internada com covid-19. A denúncia foi feita pela mãe da vítima, de 56 anos, quando a filha ainda estava recebendo tratamento na ala isolada do hospital.
Conforme relatou a paciente, depois de ter passado mal durante a noite do dia 3 de fevereiro, tendo vômito e falta de ar, ela notou quando o profissional de enfermagem começou ir ao quarto dela, durante a madrugada do dia 4, e passou a apertá-la e passar a mão em seu corpo. Em determinado momento o suspeito retornou ao leito com “óleo de girassol”, passou nos dedos e começou a abusar da vítima.
Mesmo debilitada, a paciente diz ter tentado resistir ao abuso como pôde, pedindo para o homem parar e sair de cima dela, mas ele insistia em passar a mão na virilha da paciente enquanto pedia para ela “abrir as pernas”. O homem repetia que queria masturbar a paciente e que não era para ela resistir, se não poderia “dar problema para ele”.
Depois de ter alta, a paciente prestou depoimento e foi à Deam para fazer o reconhecimento do agressor. Ainda segundo a delegada, ao longo da investigação foram ouvidas nove testemunhas. “Foram depoimentos importantes”, comenta a delegada, destacando que no inquérito, também foram “juntados documentos relevantes”.
Embora a perícia não tenha encontrado vestígios de sêmen, por exemplo, nas roupas dela – o que seria uma prova cabal –, outros elementos corroboraram para a polícia chegar à conclusão das investigações e indiciar o suspeito, profissional de saúde, de 51 anos.