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Capital

Decreto desagrada Uber por acreditar que regras vão ‘burocratizar’ serviços

Empresa se posicionou contrária a pontos que exigem compartilhamento de dados e vistoria veicular.

Anahi Gurgel | 16/05/2017 19:56
Aplicativo de mobilidade urbana, Uber se manifestou contrária às regras estabelecidas pelo decreto em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Aplicativo de mobilidade urbana, Uber se manifestou contrária às regras estabelecidas pelo decreto em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

Alegando a dificuldade de acesso à tecnologias e burocratização de serviços, a Uber se manifestou totalmente contrária a diversos pontos estabelecidos pelo decreto que regulamenta as “caronas pagas" em Campo Grande. Entre os principais pontos que fogem às regras da empresa estão compartilhamento de dados, vistoria veicular e autorização de cadastro pelo poder público.

O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial nesta terça-feira (16) e gerou reação negativa da Uber, com sede em São Paulo, tão logo a diretoria conheceu o teor do documento, um pouco antes de sua divulgação.  

Em nota direcionada à imprensa nesta tarde, a operadora informou que as regras estipuladas “têm efeito oposto à regulações modernas que usam a tecnologia para o bem das pessoas e das cidades”.

A empresa frisa que diversos pontos do decreto irão deixar mais burocrático o acesso dos usuários e motoristas ao aplicativo. Um deles é a exigência de que o profissional terá de solicitar autorização da prefeitura para prestação do serviço.

“A Uber faz as checagens de segurança e documentos necessárias para que o motorista entre na plataforma, além de oferecer seguro APP de R$100 mil durante a viagem. Com intermediários desnecessários, o processo fica mais demorado", diz a nota.

A empresa, no entando, não informou se irá tomar providências para tentar alterar as regras do documento.

As medidas do decreto, segundo a operadora, podem reduzir o incentivo às pessoas que desejam se cadastrar na plataforma para complementar a renda (dirigindo menos de 10 horas por semana, o que engloba cerca de 50% dos motoristas parceiros do Brasil). 

“Com menos motoristas parceiros, o serviço fica menos confiável, pois os carros demoram mais para chegar, além de ficar mais caro, obrigando as pessoas a usarem seus carros, aumentando o trânsito na cidade”, acredita. 

Inspeção antiquada - A plataforma também é contrária ao que chama de “inspeção veicular antiquada”, destacando que a avaliação mútua entre motorista e usuário no fim das corridas é o que mantém a qualidade do serviço prestado. Nela, o motorista precisa manter uma média maior que 4.6 de 5 estrelas para continuar na plataforma.

“Existem outros modos de se fazer inspeção veicular, como um projeto-piloto desenvolvido pela Uber em Brasília - os parceiros, aleatoriamente, recebem um pedido de viagem que na verdade é uma inspeção coordenada pela empresa, para assegurar a qualidade dos veículos”, informou.

A nota também frisa que em Campo Grande há uma definição errada sobre plataformas de tecnologia de mobilidade urbana e esclarece que “a Uber é uma empresa de tecnologia que criou uma plataforma que conecta motoristas profissionais à usuários que desejam este serviço”.

Por fim, é contrária ao compartilhamento de dados, defendo as premissas do Marco Civil da Internet, pela lei lei nº 12.965, de 2014.

“Estamos à disposição do poder público para debater, junto com a população de Campo Grande, o papel das novas formas de mobilidade no Brasil”, conclui.

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