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Capital

Depois de chuva em barraco, mãe e seis filhos dormirão em cama molhada

Em ocupação no Jardim Bálsamo há três meses, família sofre com alagamento pela terceira vez

Lucia Morel e Karine Alencar | 17/06/2022 17:42
Menino tenta conter nas mãos a goteira que escorre pelo fio elétrico. (Foto: Henrique Kawaminami)
Menino tenta conter nas mãos a goteira que escorre pelo fio elétrico. (Foto: Henrique Kawaminami)

A goteira escorre pelos fios que mantém o barraco aceso. O perigo é ignorado pela criança, um dos seis filhos da doméstica desempregada Yara Guimarães, 33 anos. Ele tenta conter com as mãos as gotas que caem por causa da chuva, que não dá sossego a ele, aos irmãos, à mãe e ao pai que moram no local há apenas dois meses. É a terceira vez que a família vê os móveis e roupas encharcados.

Na semana passada Yara já havia acionado o Campo Grande News. Depois disso, a família recebeu um sacolão com arroz, feijão e óleo. “Colocamos no baú. Estou até com medo de abrir e ter perdido tudo. Com certeza estragou”, lamentou bastante nervosa.



Vendo o chão do barraco, onde há um carpete que ficou imperceptível sob a lama, ela apenas chora, sem ver saída. “Já sentei aqui, chorei um pouco e não sei o que vou fazer”, desabafa. O marido não estava em casa na hora do alagamento, porque conseguiu uma diária. Junto aos filhos de 14, 13, 9, 7, 3 e 1 ano de idade, ela buscava encontrar alguma solução.

“Vamos dormir na cama molhada. Algumas cobertas ficaram secas e eu vou por pro bebê. Moro aqui há dois meses e já é a terceira vez que alaga aqui. Da outra vez quando a gente acordou estava tudo alagado”, relata.

No entorno do barraco, outras moradias improvisadas não encheram de água. (Foto: Henrique Kawaminami)
No entorno do barraco, outras moradias improvisadas não encheram de água. (Foto: Henrique Kawaminami)

A água da chuva desce pela rua Araraquara e desemboca no barraco da família, que fica perto do cruzamento com a rua Catalício Gonçalves, no Jardim Bálsamo, em ocupação conhecida como “Só por Deus”. Para a infelicidade da mãe, apenas o barraco dela inunda. “Como aqui é baixada, a água vem e entra tudo aqui, mas eu coloquei um pano ali na telha pra não pingar na cama das crianças”, cita.

Quem puder e quiser ajudar, o contato de Yara é o (67) 98115-1153. Ela não recebe mensagens de WhatsApp.

Matéria editada às 18h42 para acréscimo de vídeo. 

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