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Capital

Detento morreu com suspeita de ter gripe A 15 dias depois de ser preso

Agepen informa que internos do Complexo Penal de Campo Grande são vacinados e que não houve registro de outros casos

Anahi Zurutuza | 06/03/2017 11:37
Celas do Instituto Penal de Campo Grande, onde detento cumpria pena (Foto: Arquivo)
Celas do Instituto Penal de Campo Grande, onde detento cumpria pena (Foto: Arquivo)

O detento encaminhado para a UPA (Universidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas com suspeita de ter sido vítima da gripe A H1N1 morreu cerca de 15 dias depois de ter sido preso e encaminhado a uma das unidades Complexo Penal de Campo Grande. Ele também já havia passado por um posto de saúde da Capital 19 dias antes da morte.

De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Jefferson Rodrigues, de 29 anos, era evadido do regime semiaberto e foi recapturado no dia 14 de fevereiro, quando o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a um homem que estava tendo alucinações na rua.

Ele foi primeiro encaminhado a um posto de saúde e quando teve alta, levado para o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Ainda conforme a Agepen, no dia 21 de fevereiro, ele passou por consulta com a médica psiquiátrica do presídio e não relatou nenhum outro problema.

Só na sexta-feira (3), Jefferson procurou ajuda no setor de saúde do presídio por estar com febre e dores abdominais. Foi quando ele foi transportado até o CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Tiradentes e depois transferido para a UPA das Moreninhas, onde morreu na madrugada de ontem (5).

UPA das Moreninhas, onde paciente recebeu últimos atendimentos (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
UPA das Moreninhas, onde paciente recebeu últimos atendimentos (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

A Agepen deixa claro que “prestou toda a assistência possível” e informou que não houve outros casos de detentos com suspeita de terem a gripe A registrados. A agência lembra ainda que os internos são vacinados contra a doença anualmente, sempre que o Ministério da Saúde lança a campanha de imunização contra a influenza.

Investigação – A médica que o socorreu na UPA levantou a suspeita de que ele tenha sido vítima do vírus H1N1 por conta da rápida evolução do quadro de insuficiência respiratória.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) investiga o caso e até o dia 11 de março deve receber o resultado do exame laboratorial que confirmará se o paciente realmente teve a gripe A causada por este tipo de vírus.

Doença misteriosa - A Sesau também monitora uma paciente internada em estado grave no Hospital-Geral do Exército. A jovem de 27 anos está sedada e entubada na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), mas médicos não têm ideia do que pode ter causado os sintomas na moça. Foram pedidos exames para febre amarela, leptospirose e também para tentar detectar o vírus H1N1.

De janeiro até agora, dez casos de gripe foram notificados em Campo Grande segundo a Sesau, sendo nove descartados e um está sob investigação, que é o caso do presidiário que morreu na UPA.

Conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), até o dia 22 de fevereiro, 14 casos de síndrome respiratória aguda grave haviam sido registrados em Mato Grosso do Sul. Não há confirmação ainda se algum deles foi provocado pelo vírus H1N1 e dois pacientes foram vítimas do vírus da gripe A H3N2.

No ano passado, a gripe matou 103 pessoas no Estado.

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