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Capital

"Ele não aceitou o fim", diz mulher que correu de ex e foi atingida por tiros

Vítima de tentativa de feminicídio, em 2020, jovem foi ouvida em julgamento hoje

Dayene Paz e Bruna Marques | 12/05/2022 09:26
Ademar dos Santos é julgado nesta quinta-feira, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ademar dos Santos é julgado nesta quinta-feira, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ademar dos Santos Guimarães, de 31 anos, senta no banco dos réus nesta quinta-feira (12), em Campo Grande, por tentar matar a ex-companheira, Leilaine Olinda Fernandes Souza, de 18 anos, a tiros, em janeiro de 2020. A jovem, que sobreviveu ao atentado, foi ouvida durante o julgamento. "Ele não aceitou o fim", revelou diante ao juiz Carlos Alberto Garcete.

No tribunal, Leilaine contou do relacionamento de aproximadamente um ano com Ademar e dos momentos que antecederam a tentativa de assassinato. Ela revela que durante o período que conviveram, Ademar se mostrou um homem ciumento. "Ele tinha muito ciúme, possessivo, eu não queria mais", disse, confirmando que o relacionamento era baseado em brigas e que já sofreu agressões.

Leilaine, vítima da tentativa de feminicídio, foi ouvida no julgamento hoje. (Foto: Henrique Kawaminami)
Leilaine, vítima da tentativa de feminicídio, foi ouvida no julgamento hoje. (Foto: Henrique Kawaminami)

O casal estava separado há aproximadamente três meses. "Estávamos separados, tentamos voltar, mas não deu certo e eu falei que era melhor a gente ficar separado. Foi quando ele falou 'tudo bem, você vai se arrepender', foram as últimas palavras que ouvi da boca dele", lembra.

Na data do crime, Leilaine foi até a casa de uma amiga e depois de aproximadamente 40 minutos, Ademar chegou ao local. "Eu estava sentada na cadeira, ele veio de moto e tirou o revólver. Em momento algum tirou o capacete, mas eu reconheci que era ele, pois a gente já tinha convivido por algum tempo", disse.

Nesse momento, ele apontou o revólver para a cabeça da vítima e no primeiro disparo, a arma falhou. "Foi o tempo que eu consegui correr e ele acertou um tiro nas minhas costas. Continuei correndo, quando disparou outro que foi o de raspão. Eu corri para o mato, onde tinha criança, mulher grávida, então acho que ele ficou meio assustado, pegou a motocicleta e foi embora", lembra. A jovem ficou três dias internada e teve a bala retirada das costas.

Família do réu acompanha o júri - A família de Ademar acompanha o julgamento desta quinta-feira. A irmã dele, a ajudante de produção Guiomar dos Santos Guimarães, de 35 anos, confirmou que mesmo morando em Sidrolândia, sabia das brigas constantes do casal. "No começo, é mil maravilhas, depois que começou as brigas. No dia, ele me ligou, falou que tinha sem querer atirado", conta a irmã.

O pai dele, pedreiro Lauro Lopes Guimarães, de 54 anos, espera que o filho saia livre hoje. "Esperamos que Deus entre com providência, que ele tenha liberdade e volte a trabalhar no meio da sociedade. Errar é humano e permanecer no erro é burrice. Esperamos que Deus faça uma mudança na lei e na vida dele", afirmou.

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