Em dia de paralisação, pessoas não conseguiram documentos no Fórum
Por causa da paralisação dos funcionários do judiciário, que começou na manhã de hoje (3), o Fórum de Campo Grande funciona apenas com 30% do quadro de servidores, o que impactou diretamente no atendimento ao público. Teve gente que saiu do órgão nesta quarta-feira, sem ter o problema solucionado e sem conseguir dar entrada a documentações.
No caso da servidora pública Leila Martins Sena, 38 anos, não foi possível conseguir uma autorização judicial para a filha dela, de 10 anos, poder viajar com a madrinha. Segundo a servidora, ela precisava desse documento em mãos até a próxima sexta-feira (5).
“Me orientaram a ligar hoje, no Fórum, a partir das 19h, para falar com algum funcionário que esteja cobrindo o plantão e ver se tem como resolver o meu problema”, comenta Leila.
Contudo, segundo a assessoria de imprensa do Fórum, não há nenhum setor do órgão que não esteja funcionando e sem prestar atendimento ao público, mesmo com o número de servidores reduzido.
O que ocorre, de acordo com assessoria de imprensa, é que os servidores do cartório aderiram à paralisação, mas o chefe de cartório está trabalhando para atender os casos de urgência.
O advogado Célio de Souza Rosa precisou assinar um termo de guarda provisória para um cliente e não teve problema em conseguir o documento. Ele ainda afirmou que tem audiência marcada para a tarde de hoje e nada foi alterado por enquanto.
Paralisação – A paralisação de hoje mobilizou aproximadamente 200 funcionários do judiciário. Segundo o vice-presidente do Conselho Geral do Sindijus (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul), Nestor Ferreira Leite, 90% das comarcas do Estado fecharam nesta quarta-feira por conta da mobilização. Segundo dados do sindicato, o setor do judiciário tem 3,3 mil servidores no Estado.
Na pauta de reivindicações dos grevistas estão o pagamento do adicional por tempo de serviço, denúncia de desvio de função e pedido de reajuste do auxílio-alimentação.
De acordo com o Sindicato, os servidores brigam na Justiça desde 1999 pelo direito ao adicional, que deve ser pago a 1,4 mil servidores, em valores retroativos que vão de R$ 8 mil a R$ 40 mil por servidor.
Quanto ao auxílio-alimentação, os servidores querem que o valor chegue ao menos a R$ 680. Atualmente, eles recebem R$ 412. No final do mês passado, foi publicado no Diário Oficial da Justiça os novos valores do benefício. A partir de julho, o valor será de R$ 475,17. Em agosto, o valor será aumentado para R$ 522,69, mas não é o suficiente para a categoria.