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Capital

Emei abandonado e depredado na Vila Popular pode virar foco da dengue

Moradores da Vila Popular reclamam do amontado de lixo, entulho e matagal na região; prédio foi construído há cinco anos

Silvia Frias e Liniker Ribeiro | 27/02/2019 17:03
Segundo moradores, Emei estava prestes a ser entregue, mas, nunca foi inaugurado (Foto: Liniker Ribeiro)
Segundo moradores, Emei estava prestes a ser entregue, mas, nunca foi inaugurado (Foto: Liniker Ribeiro)

A obra parada há cerca de cinco anos de Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) é a dor de cabeça dos moradores da Vila Popular. O imóvel está abandonado, depredado, pixado e cheio de lixo, um risco ampliado pela epidemia de dengue em Campo Grande.

“Tem lixo por toda a parte, a gente faz a nossa parte, limpa o quintal, mas com esse abandono, a doença vem mesmo”, reclama a costureira Isabel Gonçalves, 45 anos. Ela lembra que a construção começou quando ela estava grávida. “Eu pensava: ‘aqui que meu filho vai estudar’”. Depois, quando o garoto tinha dois anos, dizia à mãe. “Mãe, é aqui que vou estudar?”.

Isabel lembra que estava grávida do filho, hoje com 9 anos, quando começou construção (Foto: Liniker Ribeiro)
Isabel lembra que estava grávida do filho, hoje com 9 anos, quando começou construção (Foto: Liniker Ribeiro)
No entorno do prédio, matagal e lixo: descaso do poder público e irresponsabilidade da população (Foto: Liniker Ribeiro)
No entorno do prédio, matagal e lixo: descaso do poder público e irresponsabilidade da população (Foto: Liniker Ribeiro)

Tanto mãe quanto filho tiveram as expectativas frustradas. A ordem de serviço foi assinada em 2012, com evento da prefeitura e a obra foi executada. Porém, o Emei nunca entrou em funcionamento e o prédio está abandonado. Em toda a quadra, há mato, resto de construção, móveis velhos, carcaça de eletrodomésticos e embalagens de alimentos.

A reclamação não é só pelo descaso do poder público, mas, também, da falta de conscientização dos moradores. A dona de casa Rosa Gil, 65 anos, diz que várias pessoas usam o espaço como lixão e vários adolescentes já foram flagrados no teto do imóvel. Ela diz que parte do mobiliário que chegou ser levado para lá teria sido roubado. “Se pelo menos limpassem, melhoraria muito”.

Além do incômodo do lixo, a preocupação é com o surgimento de casos de dengue. A dona de casa Graziela Mendes Escobar, 54 anos, lembra que ela e o marido já pegaram a doença e temem passar por isso de novo.

Retornos - Questionada, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informa que a Emei da Vila Popular tem previsão de retomada de obras ainda neste semestre. A unidade "está entre as sete que a prefeitura pretende entregar ainda neste ano de 2019. A prefeitura está priorizando as obras com mais de 60% de execução desde o início da gestão. As demais estão sendo retomadas de forma gradativa", afirma por meio de nota.

Quanto a limpeza no quarteirão da obra, a prefeitura informou que está na programação de serviços da Sisep a limpeza do canteiro de obras de todas as frentes de serviço que não estiverem em andamento.

Prédio está abandonado há anos, dizem moradores  (Foto: Liniker Ribeiro)
Prédio está abandonado há anos, dizem moradores (Foto: Liniker Ribeiro)
Prédio está sem qualquer segurança (Foto: Liniker Ribeiro)
Prédio está sem qualquer segurança (Foto: Liniker Ribeiro)
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