Enquanto povo "agonizou" nos postos, Sesau deixa de investir R$ 42 milhões
O governo federal repassou mais de R$ 68,8 milhões em recursos do SUS para Campo Grande em 2013, mas R$ 42 milhões desta verba deixaram de ser usados pela prefeitura e ainda estão em caixa, conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
A “economia” foi feita em meio à agonia da população, que no ano passado foi vítima da falta de material de trabalho básico e até remédios (denunciada por médicos) e filas de espera nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e Centros Regionais de Saúde.
Conforme o chefe da Sesau, o secretário Ivandro Correa Fonseca, da verba milionária ainda restam R$ 42 milhões em caixa, que têm destino certo, mas não pôde ser aplicada por problemas em licitações. Os investimentos, receitas e despesas do setor foram repassados hoje (25) na prestação de contas da Sesau aos vereadores.
Segundo Ivandro, a parte do dinheiro que não foi usada tem destino certo, mas não pôde ser aplicada por problemas em licitações. “O que temos em caixa são recursos programados através de processos licitatórios, conforme aprovado pelo plano municipal de saúde. Alguns estão em fase recursal, houve deserto no pregão, são vários fatores que refletiram de forma diferente nessa questão”, justifica.
O foco das licitações emperradas, diz Ivandro, é a aquisição de equipamentos hospitalares e reforma de 20 unidades de saúde da Capital. “A licitação da reforma está em processo de abertura na Cecom (Central de Compras) e vamos comprar equipamentos que hoje temos que terceirizar”, acrescenta.
Orçamento – Segundo o balanço apresentado pela Sesau, a saúde municipal contou com um orçamento total de R$ 767.706.261,62 em 2013 - 48,89% de recursos federais, 7,68% estaduais e 42,49% de recursos municipais.
“Hoje seguimos o modelo curativo e hospitalocêntrico, por isso investimos tanto na rede hospitalar, mas estamos tomando todas as medidas para que possamos seguir o modelo preventivo”, preconiza o secretário.
Na prestação de contas foi evidenciado o número de leitos em Campo Grande, sendo 494 leitos cirúrgicos, 284 clínicos, 197 saúde complementar, 68 crônicos, 187 obstétricos, 224 psiquiátricos, 9 leitos de pneumonologia sanitária, 123 leitos pediátricos, além de 23 leitos dia/cirúrgico e 12 leitos dia/AIDS. Esses leitos estão distribuídos no Hospital Universitário, Santa Casa, Hospital Regional, São Julião, Nosso Lar, Hospital do Câncer e Maternidade Cândido Mariano.
O secretário revelou também que em 2013 foram registradas 12 mortes por dengue e 12 mortes por leishmaniose visceral. O relatório aponta ainda que 1.466.035 imóveis foram visitados em Campo Grande para controle da dengue. Já a vacinação antirábica atingiu 67,47% da população canina da Capital.