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Capital

Entidades protestam contra prisão de três travestis por racismo e desacato

Michel Faustino | 12/03/2015 09:52
Presidente da ATMS critica tratamento indiferente da polícia em casos envolvendo travestis. (Foto: Marcos Ermínio)
Presidente da ATMS critica tratamento indiferente da polícia em casos envolvendo travestis. (Foto: Marcos Ermínio)

Entidades de direitos humanos e homossexuais se mobilizaram, na manhã de hoje (12), para tentar soltar três travestis que foram detidas na madrugada de quarta-feira (11) após se envolverem em uma briga generalizada com um grupo de moto-taxistas na Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de julho. As travestis foram indiciadas pelos crimes de injúria racial e desacato. Elas teriam chamado um moto-taxista de “macaco” e ofereceram resistência a prisão.

A presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Cris Stéfanny, questiona o fato de somente as travestis terem sido presas, tendo em vista que a briga foi provocada por um moto-taxista que teria feito “chacotas” e direcionado diversos termos pejorativos a elas.

“A briga começou porque elas estavam passando e eles começaram a mexer. Eles chamaram elas de viado de uma forma depreciativa e quando uma delas foi tirar satisfação a briga começou”, diz.

Segundo a presidente da ATMS, o grupo era formado por cerca de 15 moto-taxistas e nenhum deles foi punido, nem pela briga, e nem pelo fato de também terem descriminado as travestis.

“É sempre assim. Eles começaram a briga, bateram nelas, xingaram e ainda chegaram na delegacia fazendo gracinha. Ninguém teve a mesma punição do que elas. Elas também foram agredidas, hostilizadas e sofreram descriminação”, completou.

De acordo com a representante um pedido foi feito junto a Defensoria Pública para que as travestis respondam pelos supostos crimes em liberdade. O grupo agora aguarda a chegada do delegado titular da 1ª DP (Delegacia de Policia Civil), Devair Aparecido Francisco.

Caso - As três travestis e um menor foram parar na delegacia após se envolverem em uma briga com um grupo de moto-taxistas no centro da Capital. Foram presos, Giovane Ribeiro Xavier, 21 anos; Sérgio Magalhães de Souza Júnior, 23 anos e Juarez Barbosa Silvestre, 21 anos. A polícia só divulgou os nomes de batismo das travestis envolvidas.

Na delegacia, um dos moto-taxistas alegou que foi chamado de “macaco” pelas travestis e por isso a briga teria sido iniciada.

Na ocasião, elas foram indiciadas por desacato e desobediência, por ter oferecido resistência a prisão, além de injúria racial, sem direito a fiança.

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