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Capital

Entrega de chaves não compromete trabalho em delegacias da Capital

Filipe Prado | 01/12/2015 16:33
A entrega das chaves não causou prejuízos (Foto: Marcos Ermínio)
A entrega das chaves não causou prejuízos (Foto: Marcos Ermínio)

As delegacias de Campo Grande ainda não sofrem os prejuízos após a entrega das chaves das celas, ato que ocorreu em 26 municípios do Estado. Na 4ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Moreninhas, os atendimentos mínimos para os internos continuam, sendo que o acesso de advogados e pertences entregues por parentes foram suspensos até a regularização do trabalho.

Atualmente na delegacia estão 41 presos custodiados, por não pagar pensão alimentícia e violência doméstica. O delegado Sérgio Luiz Duarte, titular da delegacia, explicou que a entrega de alimentação para os presos está sendo realizada normalmente e também o acompanhamento para o hospital ou postos de saúde em casos de doenças graves, senão será acionado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou o Corpo de Bombeiros.

O delegado ressaltou que a rotina dos internos não deve ser alterada drasticamente, porque eles não possuem visitas de familiares e íntimas, também banho de sol, por conta da estrutura da delegacia, que não comporta estes benefícios. O que deve mudar é a entrega de pertences da família, que ocorre às quartas-feiras. “Não será permitida a entrega dos pertences para os presos e também a visita de advogados”, lembrou Duarte.

Os presos após a entrega de chaves, segundo o delegado, serão encaminhados todos para a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e não devem ficar nas delegacias, principalmente as plantonistas.

Caso a situação seja revertida, que será discutido durante assembleia do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) às 19h, o delegado garante que a elucidação de crimes serão maior e mais ágil. “A população será atendida mais rápida”, apontou.

A entrega de chaves ocorreu depois da morte de Anderson Garcia da Costa, 37 anos, ao retirar um preso da cela, então agredido na cabeça e abdômen. Ele morreu a caminho do hospital.

Na 4ª DP existem seis celas, onde comportam 24 presos, porém 46 pessoas estão custodiadas na delegacia, mas o delegado lembrou que este ano 96 pessoas ficaram detidas no local. O delegado não revelou o efetivo da delegacia, porém afirmou que o número de agentes era menor, durante este período.

“Investir nos agentes também é investir nos presos”, assegurou o delegado, pois os presos não possui benefícios encontrados em prisões da Agepen, como ala médica, com profissionais de saúde disponíveis, e banho de sol.

Entrega - Além de Campo Grande, aderiram ao movimento os municípios de Dourados, Aquidauana, Anastácio, Miranda, Corumbá, Ladário, Coxim, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste, Sonora, Chapadão do Sul, Costa Rica, Bonito, Jardim, Ponta Porã, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Maracaju, Rio Verde, Nioaque, Camapuã, Bataguassu, Batayporã, Ivinhema e Sidrolândia.

Em Campo Grande, nas três delegacias que mantem presos custodiados também houve entrega de chaves. Na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) há 13 detentos, já sobre a quantidade de custodiados na Derf (Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos) não há informações.

De acordo com o Sinpol, as delegacias de Mato Grosso do Sul tem capacidade para aproximadamente 200 pessoas, mas atualmente estão detidos 900.

A direção da Polícia Civil informou por meio de nota a imprensa, que tem buscado a parceria da Agência responsável pelo sistema prisional do Estado, do Poder Judiciário e do Ministério Público, procurando soluções para o esvaziamento das celas nas Delegacias de Polícia da Capital e do interior.

Ainda conforme a direção da PC, esse problema não é exclusivo de Mato Grosso do Sul, "afeta a todas as Polícias Civis do Brasil para o que têm sido procuradas soluções que visem a melhorar a segurança dos policiais que fazem a custódia e o cumprimento das leis de execuções penais."

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