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Capital

Esquema do PCC tinha tribunal interno e advogada como peça chave

Paula Maciulevicius | 24/05/2013 12:03
Para desarticular ação do PCC na Máxima, 38 presos foram transferidos para presídio Federal e de Dourados. (Foto: Marcos Ermínio)
Para desarticular ação do PCC na Máxima, 38 presos foram transferidos para presídio Federal e de Dourados. (Foto: Marcos Ermínio)
Além de fazer a defesa da facção, advogada articulava ações fora da Máxima e levava informações às lideranças. (Foto: reprodução/Facebook)
Além de fazer a defesa da facção, advogada articulava ações fora da Máxima e levava informações às lideranças. (Foto: reprodução/Facebook)

Justiça às próprias mãos e condenação à morte. Dentro dos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) investigados na Operação Blecaute, funcionava um tribunal interno, onde eles mesmos mandavam, julgavam e condenavam integrantes que descumprissem ordens.

Como um júri, era decidida em conjunto a punição a ser aplicada. O tribunal chegou a condenar pena de morte a um membro da facção.

As contas bancárias revelam movimentação de mais de R$ 3.5 milhões. Fruto das ações dos integrantes de dentro e fora dos presídios. As ordens eram dadas para cometer todos os tipos de crime, até a execução de agentes da Segurança Pública.

Entre os presos desta manhã, a peça fundamental da organização era a advogada Daniela Dall Bello Tinoco Rondão, 27 anos.

A jovem formada há 6 meses, além de trabalhar na defesa dos integrantes, articulava ações fora da Máxima e levava informações às lideranças.

No site do Tribunal de Justiça, mais de 95% dos casos nas mãos da advogada são referentes a tráfico de drogas. Um dos clientes é Devanir de Lima Moreira, apontado como membro de quadrilha de narcotraficantes de São Paulo. Também defense Thiago Cintas Bertalia, vulgo Gianechini, preso pela participação de assassinato do policial aposentado Otacílio Pereira de Oliveira, 60 anos, em Três Lagoas.

Daniela foi presa em casa, na manhã de hoje, no bairro Itanhangá Parque.

A operação desarticulou a facção que contava com pelo menos 55 integrantes, 38 deles agiam entre as grades, determinando ataques contra agentes penitenciários e policiais militares. Dez foram levados para o Presídio Federal, homens apontados como os líderes do esquema.

Os presos já foram transferidos para o presídio Harry Amorim Costa, em Dourados e presídio Federal da Capital. Três ônibus fizeram o transporte dos detentos. Dos outros 17 membros investigados, a Polícia tinha em mãos, cinco mandados de prisão a serem cumpridos hoje.

Segundo apuração do Campo Grande News, as investigações em cima da facção começaram em março, depois da execução do policial militar aposentado Otacílio Pereira de Oliveira, 60 anos, em Três Lagoas. Mandados de prisão, busca e apreensão começaram a ser cumpridos às 6h, nos bairros Itanhangá Parque, Jardim Noroeste, Mata do Jacinto, Portal Caiobá, Jardim Montevidéu e Radialista. Os presos foram levados para as Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário do Centro e bairro Piratininga.

Em cima de escutas telefônicas e bloqueios em contas bancárias, a Polícia montou um organograma do PCC em Mato Grosso do Sul e conseguiu frustrar a execução de agentes da segurança pública. O plano era de executar um policial militar em Campo Grande e outros dois agentes penitenciários em Corumbá e Paranaíba.

Depois da morte de um dos integrantes da facção, o Primeiro Comando da Capital tinha no Estado o foco na execução de policiais militares e o responsável por "insulflar" o grupo era Carlos Eduardo Romualdo, conhecido como "Talismã", preso em abril, pela Polícia Militar de São Paulo. Talismã tem envolvimento no sequestro do dono de um açougue no Pioneiros em junho do ano passado e também no tiroteio ocorrido em março deste ano, entre policiais e suspeitos de planejarem a execução de PM's.

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