Excesso de velocidade vira rotina em rua onde troncos protegem idosa
Moradores do Estrela do Sul cobram quebra-molas em cruzamento onde acidentes são frequentes

Os troncos de árvores cravados na calçada em frente à casa de uma moradora do Bairro Estrela do Sul denunciam um problema antigo na Rua Francisco José Abrão. Há cerca de cinco anos, um carro invadiu a garagem de Diva Aparecida, de 80 anos, e a solução encontrada pela aposentada foi improvisar uma barreira para evitar novos acidentes, já que os veículos continuam trafegando em alta velocidade pela via.
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Moradores da Rua Francisco José Abrão, no Bairro Estrela do Sul, em Campo Grande, enfrentam problemas com motoristas que trafegam em alta velocidade. Uma moradora de 80 anos improvisou troncos de árvores na calçada após um carro invadir sua garagem há cinco anos. Diversos acidentes foram registrados no local, principalmente no cruzamento com as ruas Cavaleiro da Rosa e Simão Bocanegra. Os moradores pedem a instalação de um quebra-molas ou semáforo, alegando que as placas de pare existentes são insuficientes para conter a imprudência dos condutores, especialmente no período noturno.
A casa dela fica próxima ao cruzamento com a Rua Cavaleiro da Rosa e Simão Bocanegra, ponto considerado crítico por ela e outros moradores que veem como única solução para coibir motoristas e motociclistas apressados a instalação de um quebra-molas ou de um semáforo.
Diva relembra como foi o acidente que causou prejuízo no imóvel e a levou a optar pelos troncos de árvore na entrada de casa. “O rapaz veio muito correndo ali e, não sei, acho que ele perdeu o controle. Era de madrugada, acho que ele estava bêbado também. O rapaz quando virou, ele entrou aqui e foi parar na minha garagem”, conta.

Segundo a moradora, os motociclistas são os que mais trafegam em alta velocidade na Rua Francisco José Abrão. Para ela, qualquer dispositivo que ajudasse na redução da velocidade viria a proteger as crianças do bairro. “Passa muita criança. De manhã cedo, por exemplo, para a escola. Essas coisas são boas para as crianças”, enfatiza.
Paulo Prado, de 52 anos, é mais um que ficou no prejuízo mais de uma vez devido à velocidade excessiva. Primeiro foi o portão de casa e depois seu próprio carro, que estava estacionado na rua. “O pessoal vive em alta, sempre. E bêbado. Outro dia bateu no carro que estava aqui, estacionado. Eu tinha acabado de tirar meu carro. No sábado o cara veio bêbado e acertou o carro que estava do lado. Antes de eu colocar esse portão, bateram aqui também. É frequente”, desabafa.
A reportagem esteve no local na tarde desta terça-feira (8), onde verificou que existem placas de pare e sinalização no local, porém essas medidas, segundo os relatos da vizinhança, não bastam.

O músico dá um exemplo de acidentes que fazem parte da rotina do bairro. “Eu estou aqui há dez anos e sempre passaram em alta. Essa semana a menina precisou parar para virar a rua, a menina parou e bateram atrás dela”, afirma.
Se o período diurno não intimida, à noite a situação se agrava. “A verdade é que deveria botar um cabra-mola aqui. Porque aí sim reduziria. Essa quadra, à noite, o pessoal sobe correndo feito louco”, completa o morador.
Atania Alves, de 53 anos, comenta que poucos condutores respeitam o pare, dando passagem para quem precisa atravessar. “Isso aqui é um perigo. Daqui para lá tem o pare, mas ninguém para”, declara. Para ela, só um semáforo resolveria o assunto. “Eu acho que um semáforo seria ótimo porque o pare não adianta”, conclui.
A reportagem procurou a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) sobre o caso, questionando se a agência tem conhecimento dessa demanda, se há previsão de estudo técnico para o local ou a possibilidade de instalação de redutor de velocidade para atender a solicitação dos moradores, porém não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Em resposta, a Agetran informou que incluirá na programação a visita de uma equipe técnica ao local mencionado. Na ocasião, será feito um levantamento detalhado e estudos técnicos, visando a implantação de sinalização necessária e adequada para melhorar a segurança e a organização do tráfego na região.
"A Agetran reforça a importância da colaboração da população para identificar demandas relacionadas à infraestrutura e fiscalização no trânsito. Os cidadãos podem entrar em contato com a Prefeitura pelo telefone 156 ou pelo App Fala Campo Grande, garantindo uma resposta ágil e eficiente", diz a nota.
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