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Capital

Exército rejeita parte do asfalto produzido para recapear quatro vias

Material passa por testes e nem sai da fábrica quando qualidade está aquém do ideal

Anahi Zurutuza | 23/03/2017 18:29
Trecho da rua Brilhante que já recebeu asfalto novo; militares comandam a obra (Foto: André Bittar)
Trecho da rua Brilhante que já recebeu asfalto novo; militares comandam a obra (Foto: André Bittar)

Parte do material que foi produzido para o recapeamento das quatro vias que formam o corredor sudoeste do transporte coletivo em Campo Grande, foi rejeitado por técnicos do Exército, responsável pela obra. A massa asfáltica é testada antes de sair da fábrica.

De acordo com o tenente-coronel Ronaldo Matias Soares, comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Construção de Cuiabá (MT), desde que a obra começou, no dia 13 de fevereiro, já consumiu cerca de 40 caminhões de asfalto. A parte do material rejeitado é equivalente ao conteúdo de três carregamentos.

“O material passa por testes e se não está em conformidade nem vem para a obra. Não foi aplicado”, garantiu o coronel.

Para o coronel, o excesso de chuva atrapalhou a produção. “A massa é composto do betume (derivado do petróleo) e o agregado (pedra brita). Estamos num período bem chuvoso em Campo Grande e o problema se deu justamente no grau de umidade do agregado”.

O capitão Filipe Almeida Corrêa do Nascimento, que é engenheiro, explica ainda que sempre que uma obra é planejada, estima-se o desperdício de material. “Geralmente, a margem de perda é de 5%”.

Tenente-coronel Ronaldo Matias Soares durante entrevista (Foto: André Bittar)
Tenente-coronel Ronaldo Matias Soares durante entrevista (Foto: André Bittar)

Os 40 caminhões de asfalto foram usados no recape de 10,5 mil metros quadrados da traves Guia Lopes e trechos da rua Brilhante. O Exército gastou até agora R$ 110 mil na compra do material.

Fabricante – Paulo Alvarez, o dono da Usimix, fornecedora do asfalto, explica que a própria empresa faz controle rigoroso da qualidade material produzido. Ele faz questão de explicar que até agora não houve devolução de caminhões com massa asfáltica, mas confirma que sempre que a massa asfáltica é reprovada nos testes, ela é descartada.

Alvarez lembra que a última leva de caminhões enviada para o recapeamento da rua Brilhante foi fiscalizada por ele mesmo. “Na terça-feira (23), enviamos dois caminhões para eles, eu mesmo liberei com a autorização do laboratorista deles”.

Militares trabalhando na rua Brilhante (Foto: André Bittar)
Militares trabalhando na rua Brilhante (Foto: André Bittar)

Etapas – O projeto prevê a troca do asfalto em 12 km. Além da travessa Guia Lopes e da rua Brilhante, as avenidas Bandeirantes e Marechal Deodoro também serão recapeadas. As quatro vias formam o corredor sudoeste do transporte coletivo.

O investimento total na revisão do sistema de drenagem e repavimentação é de R$ 24 milhões. O Exército será responsável pela execução direta de obras de R$ 17,1 milhões.

A obra está sendo feita por etapas e tem prazo de dois anos para ser concluída. A parte de drenagem só começará a ser feita em maio, com o fim das chuvas. Só depois desta fase que os cruzamentos e os acostamentos receberão asfalto novo.

Nas pistas que ficarão reservadas para os ônibus, o pavimento será diferente, de material mais resistente.

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