Expulso, oficial troca regime aberto no Presídio Militar por prisão domiciliar
Defesa apontou riscos devido ao seu histórico profissional: "ficou por 10 anos na linha de frente ao combate à criminalidade"
A expulsão da PM (Polícia Militar), determinada em 2 de maio, alterou o cumprimento da pena pelo então oficial Márcio Villasanti Romero, condenado por estupro. Ele deixou o regime aberto no Presídio Militar de Campo Grande, exclusivo para policiais, e está em prisão domiciliar, com monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
Com a demissão, ele deveria ir para a Casa do Albergado, mas a defesa apontou riscos devido ao seu histórico profissional.
“O reeducando foi o oficial que criou o batalhão do Choque e o comandou por 5 anos, após fora transferido para o Garras onde ficou por mais aproximadamente 5 anos, desta forma ficou por 10 anos na linha de frente ao combate à criminalidade de Campo Grande e deste Estado”, afirma a defesa, no pedido de prisão domiciliar.
A pena em regime aberto é cumprida há mais de um e ano e meio, próximo a obter o livramento condicional. A prisão domiciliar e o monitoramento eletrônico foram autorizados pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto.
As regras estipulam que permaneça em casa, de segunda a sábado, das 19h às 6h. Aos domingos e feriados, não deve deixar a residência. A reportagem entrou em contato com a defesa, que não quis se manifestar.
Dezesseis anos depois - Em 2009, Márcio Villasanti foi condenado a 14 anos de prisão por crimes de estupro e atentado violento ao pudor. Os crimes aconteceram em Jardim, a 233 km de Campo Grande, no dia 9 de fevereiro de 2003, quando era major da Polícia Militar. À época, a vítima tinha 24 anos. Para se ter ideia do tempo, hoje, a mulher tem 40 anos.
Conforme a denúncia, o oficial é acusado de abordar uma jovem, que estava de bicicleta, e , armado, obrigá-la a entrar em seu veículo.
Depois, seguiu para local afastado, em uma das saídas da cidade, e a estuprou. A vítima procurou a polícia, informou a placa do veículo e detalhou um adesivo que havia no carro no dia do crime.
Os policiais verificaram que o automóvel estava em nome da mãe do então major. O oficial da PM também foi reconhecido pela vítima. A pena foi reduzida para 8 anos e dois meses e, por fim, para sete anos.