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Famílias dormem juntas e dividem único cobertor para superar frio

Com sensação térmica de 6,4 ºC, moradores da Favela Esperança sofreram com o frio na madrugada deste domingo

Por Clara Farias | 26/05/2024 12:01
Barracos na Favela Esperança, no Jardim Noroeste (Foto: Alex Machado)
Barracos na Favela Esperança, no Jardim Noroeste (Foto: Alex Machado)

Na madrugada mais gelada do ano em Mato Grosso do Sul, famílias que moram nas ocupações da Capital precisam dividir cobertor para aguentar o frio. As poucas pessoas que saíram de casa, na manhã deste domingo (26), contaram ao Campo Grande News que a noite foi difícil devido as baixas temperaturas e chuva.

Morador há 13 anos da Favela da Esperança, o servente de pedreiro Adilson Salazar Benites, 54, relata que mora com a esposa e mais cinco filhos, de 9, 10, 12, 16 e 17 anos. Os barracos feitos de madeira, precisaram do "reforço" de lona para diminuir os ventos que entravam pelas frestas durante a noite.

Segundo ele, na comunidade moram cerca de 300 famílias e inúmeras crianças. Com o frio de hoje, a maioria estava dentro de casa. "As roupas que temos já estão tudo rasgadas, hoje precisamos dormir todo mundo junto, com uma cobertinha velha para poder passar o frio e se esquentar. Os poucos casacos que temos já está no corpo das crianças", contou Adilson.

Servente de pedreiro, Adilson Salazar Benites, 54 anos, em uma das entradas da Favela Esperança (Foto: Alex Machado)
Servente de pedreiro, Adilson Salazar Benites, 54 anos, em uma das entradas da Favela Esperança (Foto: Alex Machado)
Carpinteiro Edson Pereira de Souza, 44, em frente ao seu barraco (Foto: Alex Machado)
Carpinteiro Edson Pereira de Souza, 44, em frente ao seu barraco (Foto: Alex Machado)

O carpinteiro Edson Pereira de Souza, 44 anos, diz que está morando na Favela da Esperança há três meses. "Com o frio, nossa situação piora. Ainda estou andando de muleta e desempregado, o que dificulta mais. Estamos precisando de cobertas e casacos para aguentar o frio que vem pela frente", explicou ele. Edson ainda relata que já teve pneumonia duas vezes e teme que a infecção volte, devido as baixas temperaturas.

Com três 'cobertinhas' fina, o encanador José Vicente da Silva, 71, comenta que também sentiu o frio "chegar com tudo" nesta madrugada. "Mesmo não sendo 'friorento' hoje senti um pouco mais de frio, do que o costume. Moro aqui na comunidade há quatro anos e já tiveram frios piores", finalizou ele.

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), esta foi a madrugada mais fria do ano em Mato Grosso do Sul. Os termômetros chegaram a registrar 6,6 °C em Ponta Porã, com sensação térmica de 3,6 °C. Na Capital, a temperatura chegou a 11,4 °C, com sensação térmica de 6,4 °C.

Serviço - A Favela da Esperança, fica localizada ao final da Rua Ariado no Jardim Noroeste e as famílias estão precisando de doações de cobertores, calças, casacos e itens de frio no geral.

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