Famílias limpam terreno e constroem barracos em área invadida
Eles afirmam que vão construir casa e cuidar do espaço, antes tomado por mato alto e lixo
Há pelo menos 1 mês, cerca de 25 famílias invadiram uma área na Rua Manoel Pereira de Souza, no Jardim Los Angeles, em Campo Grande. Os moradores fizeram a limpeza da área e já começaram a levantar alguns barracos. Eles afirmam que vão construir e cuidar do espaço, antes tomado por mato alto e lixo.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Uma das pessoas que está vivendo no local é o auxiliar de construção Vanderlei Solito, de 55 anos. Segundo ele, havia 46 anos que ninguém fazia a limpeza do terreno."Era uma área abandonada. Tinha muito bicho e muito lixo. Já estou morando aqui, trouxe a minha família e sai do aluguel”, contou.
Ele disse que como ajudante de pedreiro recebe R$ 80 de diária, valor insuficiente para arcar com as despesas e ainda pagar aluguel.“Eu pagava aluguel de R$ 1 mil, água, luz e internet. Se a gente tivesse condições, não iria morar em um barraco. A gente vai correr atrás, isso não vai virar uma favela, nós queremos construir, regularizar, estamos aqui para melhorar o bairro e conquistar casa para nós. Nós somos trabalhadores”, destacou.
O carreteiro Claudinei Silva Soares, de 52 anos, vizinha da área, contou que já houve tentativa de invasão na pandemia, mas a polícia tirou as famílias do local. Sobre a situação, o morador vê com bons olhos e afirma que pelo menos estão fazendo a limpeza.
“Estão limpando o terreno, quando começaram a limpar saiu muito rato dali, foi um absurdo. Para mim é vantagem, pelo menos vão manter limpo e fazer as casas deles. Moro aqui há 36 anos, já falaram que a área ia ser um colégio, um Ceinf, mas nunca teve nada. Era só mato”, afirmou.
Também morador do bairro, o pedreiro João da Silva, de 63 anos, comprou um terreno e está construindo em frente ao terreno invadido. Ele relatou que teve que se mudar para a casa ainda em construção, porque os ladrões estavam entrando e furtando tudo. “Levaram bujão de gás, ferramentas, carriola, ponto de luz. Antes ficava fácil se esconder ali, no meio do mato”, contou.
Compartilha da mesma opinião, Aura da Conceição, de 63 anos, esposa de João. “É bom esse povo morar aí para acabar com esse mato, eu quero que eles fiquem aqui. Os coitadinhos estão limpando tudo”, disse. Alguns moradores falam que a área é pública e outros dizem que é particular. A reportagem tentou contato com a prefeitura e aguarda retorno.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.