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"Foto" do IBGE sobre campo-grandense é de mulher entre 25 e 39 anos

Sobre o Estado, além de aumento na proporção de mulheres, Censo mostra envelhecimento da população

Por Jhefferson Gamarra | 22/12/2023 10:04


Mãos de mulheres, a maioria na população de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Mãos de mulheres, a maioria na população de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Campo Grande revela um mosaico demográfico complexo e diversificado, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgados nesta sexta-feira (22). O perfil detalhado comprova que pouco mudou no "desenho" do campo-grandense médio, formado por colônias de diferentes estados brasileiros. Unindo as características dos 898.100 moradores da Capital, se uma "fotografia" resumisse o perfil de quem mora aqui a imagem seria de mulheres pardas entre 25 e 29 anos ao lado de brancas, de 35 a 39, que compõem a fatia majoritária da população.

Não apenas nessas faixas etárias, as mulheres campo-grandenses são maioria em diversos grupos. Além disso, a distribuição por cor ou raça revela uma dinâmica sociocultural entre os grupos:

  • Parda: com o maior número entre todas as etnias, 407.905 pessoas, sendo 208.926 mulheres, a faixa mais representativa está entre 25 e 29 anos;
  • Branca: totalizando 405.400 pessoas, das quais 216.807 são mulheres, e a maioria está na faixa etária de 35 a 39 anos;
  • Preta: com um total de 64.997 pessoas, sendo 31.235 mulheres, a faixa predominante é entre 35 e 39 anos;
  • Amarela: a população amarela, somando 10.239 indivíduos, tem como maioria aqueles entre 40 e 44 anos;
  • Indígena: o menor grupo étnico, com 9.538 indivíduos, tem a maioria na faixa etária de 25 a 29 anos.

Se levar em consideração a segunda categoria nesse ranking, a fotografia inclui as brancas, na faixa dos 35 a 39 anos, com 37.154 mulheres e 34.746 homens. Olhando mais detalhadamente: entre os brancos, a maioria (31.823) também está nessa faixa, com 17.101 mulheres e 14.722 homens.

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Surpresa com a informação, Jaqueline Carvalho de Oliveira, 38 anos, disse que a imagem da mulher média campo-grandense que lhe vem à cabeça também é de uma mulher um pouco mais velha do que ela. "Na minha cabeça, com idade entre 43 e 45 anos e solteira, assim como eu (risos)”, disse.

Formada em Publicidade e Propaganda, ela passeava com a família na região central da cidade no fim de quinta-feira (21). Questionada sobre a área de trabalho, ela disse que neste momento não exerce a profissão e que apenas se dedica a administrar os negócios da família. “Atualmente cuido dos negócios da família. Não exerço a profissão, mas administro as casas e quitinetes que temos aqui”, complementou.

Os homens dominam a maioria da população apenas até os 15 anos de idade. Depois, progressivamente, as mulheres vão dominando, mostrando que são as que vivem mais. A predominância feminina no Estado cresce passo a passo, até ser quase o dobro em relação aos homens a partir dos 80 anos.

A cor da nossa população também muda de acordo com a divisão por faixa etária. A partir dos 55 anos, a maioria é branca.

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Desempregado, o oficial de manutenção, Samuel de Araújo, 36 anos, destacou que é possível identificar que a maioria da população negra de Campo Grande é formada por homens. “A gente percebe isso na rua, vejo todo dia isso, apesar de ser uma nova informação, não me sinto surpreso”, falou à reportagem.

Natural de Corumbá, cidade distante 426 km da Capital, ele disse que apesar de estar desempregado há um mês, a falta de vínculo oficial é uma opção pessoal. Por aqui, Samuel vive junto de duas filhas pequenas e sua esposa há quatro anos.

No grupo amarelo, em que são considerados japoneses, chineses e coreanos, a maioria tem entre 40 e 44 anos, sendo 435 mulheres e 362 homens. Por fim, entre os indígenas, a faixa predominante é de 25 a 29 anos.

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Natural de Miranda, mas vivendo em Campo Grande desde os 5 anos de idade, Saray de Oliveira, 29 anos, faz parte do grupo etário e de gênero com maior predominância entre indígenas da Capital. Vice-cacique da Aldeia Urbana Tarsila do Amaral e cursando técnico em enfermagem, ela é uma das que considera estar “correndo atrás” do tempo perdido e buscando concluir os estudos e se especializar. “Vejo que as mulheres da minha idade estão caminhando para alcançar futuro, assim como o meu processo”, comentou Saray.

MS envelhecendo - Em 2022, "houve mudança na estrutura demográfica, com envelhecimento da população e aumento da proporção de mulheres", indica análise do IBGE.

A idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população mudou nos últimos anos em Mato Grosso do Sul. Segundo os dados, de 2010 para 2022, a idade mediana subiu de 28 anos para 33 anos aqui no Estado, evidenciando o envelhecimento da população.

"Analisando a idade mediana por cor ou raça, verifica-se que a população amarela é a que apresenta uma idade mediana mais elevada em 2022, de 43 anos, seguida da população preta 37 anos, da população branca com 34 anos, da população parda com 32 anos e da população com cor ou raça indígena com 22 anos", publicou o IBGE.

Em Mato Grosso do Sul, a proporção e de 64 pessoas de 60 anos ou mais de idade para cada grupo de 100 crianças e adolescentes de até 14 anos. Em comparação com o resto do Brasil o sul-mato-grossense ainda é jovem. No país, a população residente apresentou um índice de envelhecimento muito maior: de 80,03.

Veja novamente os números de Campo Grande;

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