Fundac desiste de demolir Cidade do Natal e espaço continua abandonado
Utilizada há cinco anos nos meses de dezembro, a Cidade do Natal, construída nos altos da avenida Afonso Pena em Campo Grande, não será demolida, segundo a Fundac (Fundação Municipal de Cultura). Indignados com o abandono do local, moradores cobram da administração pública uma atitude para que a vila com 22 chalés possa ser usada nos 12 meses do ano.
Há quatro meses, a Fundac chegou a anunciar que o espaço seria demolido e que a “Cidade Encantada” seria criada no Horto Florestal. Na época, técnicos da fundação afirmaram que, pelo material ser de péssima qualidade, somente as janelas seriam reaproveitadas.
Segundo o chefe da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Semy Ferraz, a pasta iria auxiliar na demolição do local, mas a Fundac “voltou atrás” e desistiu de retirar os 22 chalés, 1 capela e duas estruturas usadas como casa do papai Noel.
Alheios aos trâmites políticos, por parte dos moradores só existem reclamações sobre o local. Presidente do Fórum Municipal de Cultura, Vitor Samúdio diz que o local poderia ser usado para a instalação de uma feira cultural.
“É um espaço que pode ser usado pelos setores criativos como o artesanato e a gastronomia. O que não pode é ter uma estrutura que funciona um mês e fica fechada o restante do ano”, afirma.
A reportagem do Campo Grande News esteve na Cidade do Natal na manhã desta terça-feira (20) e as denúncias dos moradores se confirmam. A maioria dos chalés e até a casa do papai Noel estão com as portas e janelas arrombadas.
Dentro das estruturas, já deterioradas, o cheiro de urina e os restos de roupas, preservativos e utensílios para uso de drogas tomam conta. A impressão é que o local se transforma em reduto de moradores de rua e usuários de droga durante a noite.
Para a turismóloga Maria Inês, 65 anos, a Cidade do Natal se transformou em um “elefante branco” para a Capital. “Eu considero um absurdo essa estrutura estar abandonada, tinha que ser usada como local para venda de itens típicos do Pantanal. Seria ótimo para os turistas”, explica.
Morador de Belo Horizonte e visitante assíduo de Campo Grande, Antonio Ferreira, 70 anos, conta que o local poderia ser melhor aproveitado tanto para os turistas quanto para os moradores da Capital.
“Passa uma imagem ruim da cidade, é usado como um motel durante a noite e fica abandonado o ano inteiro. Alguém tem que tomar alguma atitude”, explica.
O Campo Grande News entrou em contato com o diretor-presidente da Fundac, Julio Cabral, mas a secretária que atendeu a ligação informou que o secretário poderia atender no fim da manhã. Até o fechamento desta reportagem, as ligações não foram atendidas.