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Capital

Grades no Lago do Amor impedem capivaras de retorno "para casa"

Cerca de 250 metros de grade foram instaladas ao redor do Lago do Amor para proteger animais e evitar lixo

Gabrielle Tavares e Natália Olliver | 28/10/2022 16:36



Assim como protegem os animais no perímetro da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), as grades instaladas ao redor do Lago do Amor, em Campo Grande, estão dificultando a vida das capivaras, que de um dia para o outro, perderam a passagem livre onde estavam acostumadas a trafegar.

Cada grade tem 2,50 metros de largura e 2,05 metros de altura, sendo cerca de 100 grades no local. Por enquanto, apenas uma parte está cercada, na Avenida Senador Filinto Muller, e ainda há uma parte sem proteção, na qual elas conseguem retornar para o Lago.

No entanto, a parte coberta era justamente a preferida das capivaras que, por costume, insistem em tentar passar por ali. É o que aponta o vendedor autônomo Antônio Santos Garcia, 60 anos, que está habituado com o vai e vem dos animais há 3 anos.

Parte do entorno do Lago do Amor não foi coberto com a grade. (Foto: Paulo Francis)
Parte do entorno do Lago do Amor não foi coberto com a grade. (Foto: Paulo Francis)

"Elas atravessavam todos os dias exatamente no mesmo horário, entre 17h e 17h40. Após a fechada da grade elas ficaram perdidas. Elas ficam todas juntas no lugar que eram acostumadas a atravessar. Mas tem um pedaço que não foi fechado, então elas conseguem passar, só que é bem na rotatória", relatou.

Ele explicou que elas atravessam na Avenida Senador Filinto Muller, próximo de uma faixa de pedestres, mas agora precisam passar pela rotatória com a Avenida Georgia Chaias para conseguir acessar a área desprotegida, as deixando mais suscetíveis a atropelamentos.

"Antes elas tinham mais tempo pro pessoal visualizar elas pra poder passar, elas passam que nem gente, bem perto da faixa de pedestre. Agora, freiam em cima delas na rotatória. Às vezes a gente fica com medo pelas bichinhas, porque depois da grade elas ficaram meio desorientadas", disse a vendedora Vanuza Nascimento dos Santos, 40 anos.

Vendedora Vanuza Nascimento dos Santos. (Foto: Paulo Francis)
Vendedora Vanuza Nascimento dos Santos. (Foto: Paulo Francis)

Conforme informações da UFMS, a extensão chega a 250 metros. O objetivo é evitar o descarte de lixo no Lago do Amor e ampliar a proteção da biodiversidade, da fauna, da flora e das pessoas.

A reportagem procurou a Universidade sobre o problema em questão, mas não obteve retorno até a publicação.

Espécies - Pesquisadores da UFMS criaram o Guia de Identificação dos Vertebrados no Lago do Amor. De acordo com o levantamento feito, entre 231 espécies de animais residentes e visitantes ocasionais, há 150 espécies de aves, 30 de mamíferos, 23 de répteis, 19 de peixes e 9 de anfíbios.

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