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Capital

Greve, lixo e falta de estrutura comprometem aulas na UFMS

Filipe Prado | 30/04/2014 17:54
Alunos aproveitaram a manifestação e relataram os problemas da universidade (Foto: Marcelo Victor)
Alunos aproveitaram a manifestação e relataram os problemas da universidade (Foto: Marcelo Victor)

Além da ocupação da reitoria da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) desde a noite de ontem (29), acadêmicos revelaram os problemas da universidade, que não foram resolvidos pela reitora Célia Maria de Oliveira. Eles reclamaram da falta de estrutura e dos problemas gerados pela greve dos técnicos administrativos.

A infiltração nos blocos do CCHS (Centro de Ciências Humanas e Sociais) e FAENG (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia) da UFMS foi uma das maiores reclamação dos acadêmicos. “Eu não passo por lá, tenho medo que desabe”, admitiu a estudante de jornalismo Júlia Paz, 19.

Eles afirmaram que a estrutura dos blocos é precária e sempre que chove os corredores ficam Intransitáveis. “Molha todo o corredor, então nem passamos por lá”, relatou o acadêmico de engenharia ambiental João Victor Fernandes, 17.

A greve dos técnicos administrativos, que começou no dia 17 de março, também prejudicou os alunos, como a acadêmica de Engenharia Civil Jéssica Cezar, 20. “A biblioteca está fechada. Nós não podemos pegar livros e não temos um lugar para estudar”, contou.

“Eu acho que está faltando técnicos administrativos na UFMS. Eles têm uma carga horária muito alta e não podem receber hora extra”, explicou o estudante Felipe Afonso Machado, 23. Ele e a colega Patricia Shinohara, 22, também reclamaram da estrutura do RU (Restaurante Universitário). “Tem pouco espaço e a fila é muito grande. Tem dias que esperamos 40 minutos na fila para poder almoçar”, comentou a acadêmica.

“Eu sei que é um dos preços mais caros, mas a comida é boa. Só achamos que tem que melhorar isso e abrir aos sábados e a noite”, completou Felipe.

A falta de pagamento de algumas bolsas, como monitoria e permanente, também virou pauta nas reclamações dos estudantes. Assunto que também é reivindicado no protesto em frente a reitoria.

“Eu estou esperando há dois meses e minha bolsa ainda não chegou. Já entreguei dois relatórios, então dois pagamentos já deveriam ter chegado”, garantiu a estudante de jornalismo Iasmin Amdem, 19.

As estudantes de jornalismo reclamaram sobre a falta de estrutura e o atraso dos pagamentos de bolsas (Foto: Marcelo Victor)
As estudantes de jornalismo reclamaram sobre a falta de estrutura e o atraso dos pagamentos de bolsas (Foto: Marcelo Victor)
João Victor afirmou que a estrutura da universidade é precária (foto: Marcelo Victor)
João Victor afirmou que a estrutura da universidade é precária (foto: Marcelo Victor)

No dia 29 os manifestantes convocaram os estudantes para debater sobre o pagamento das bolsas, mas muitos benefícios foram depositados no dia. “Se por um lado, o depósito parcial das bolsas pode ter acarretado no esvaziamento da assembleia, por outro significou para os estudantes presentes nesta que quando estamos organizados somos uma ameaça real à desordem institucional”, comentaram os manifestantes em nota emitida em sua página do Facebook.

“Nós temos um problema enorme, um problema de administração”, destacou a estudante Isabela Domingues, 18, sobre a desorganização na distribuição de salas de aula. Ela explicou que o bloco onde ela estuda está sendo reformado, então eles são “jogados” em outras salas.

Isabela afirmou que um prédio, para o curso de Direito, está sendo construído, mas reclamou que o investimento poderia ter sido distribuído de forma melhor. “Nos disseram que o valor gasto no prédio de Direito poderia ter sido investido na construção de outros dois”, finalizou a acadêmica.

O Campo Grande News entrou em contato com a reitoria, por meio da assessoria de imprensa da UFMS, mas ela não estava na universidade e poderá atender somente na segunda-feira (5).

De acordo com a assessoria, por questões de segurança, os serviços no prédio da Reitoria foram suspensos. Isso acarreta danos ao andamento de serviços essenciais na Instituição.

A Universidade informou que, até agora, não foi procurada oficialmente pelos manifestantes. Ou seja, a Instituição não tem conhecimento da pauta de reivindicações, conforme assessoria.

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