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Capital

Idoso faz peregrinação por postos de saúde e não consegue realizar exames

Mariana Lopes | 06/11/2013 14:27

Foram quatro postos de saúde em menos de uma semana em busca de realizar alguns exames que deveriam ser oferecidos pela rede pública, mas, para a frustração do aposentado Valdir José Botelho, 58 anos, a peregrinação pelos bairros de Campo Grande foi em vão.

Embora os exames não fossem para ele mesmo, mas sim para um senhor de 71 anos que é amigo do aposentado, o sentimento de revolta não é menor. Valdir conta que no dia 28 de outubro, ou seja, na segunda-feira da semana passada, o idoso passou mal com falta de ar e dor no peito.

Ao levá-lo no primeiro posto de saúde, do Coronel Antonino, o clínico geral que o atendeu disse que o olho dele estava amarelo e levantou a suspeita de que o paciente pode estar com algum problema muito sério no rim ou no fígado. Diante do diagnóstico preliminar, o médico pediu uma série de exames e indicou que fossem feitos no posto de saúde 26 de Agosto.

Quando eles chegaram ao local indicado, a unidade estava fechada. “Fui com ele, então, ao posto de saúde Vila Almeida, onde me informaram que não seria possível fazer os exames porque não havia reagente, que é o material para realizar o exame”, conta Valdir.

No dia seguinte, os dois retornaram ao posto 26 de Agosto, que desta vez estava aberto. Na unidade, um funcionário marcou os exames para a quinta-feira (31), às 6h, no posto de saúde que fica na avenida Calógeras, quase esquina com a Afonso Pena.

“Quando cheguei lá, a resposta foi a mesmo que me deram no Vila Almeida, que não tinha reagente e ainda afirmou que não adiantava eu ir a outro posto de saúde porque em nenhum tinha o material”, relata o aposentado.

Ainda ontem (5), mais de uma semana de quando o médico pediu os exames, Valdir passou novamente no posto 26 de Agosto, mas o material continuava em falta.

“Gastei quase um tanque de gasolina andando a cidade e não encontrei um posto de saúde que tivesse material para fazer os exames. Isso é o cúmulo, pois se o município arrecada é para investir na saúde”, desabafa Valdir.

A maior preocupação de Valdir é que o idoso mora sozinho e já teve quedas por causa do mal estar. “Ele precisa fazer o exame para saber o que tem e iniciar o tratamento, só que não tem condições de pagar, isso é obrigação da Prefeitura, é um crime contra os idosos”, reclama Valdir.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Município ontem e hoje para questionar a falta de material para realizar os exames, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

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