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Capital

Invasores não deixam casas e Emha vai pedir reintegração de posse

Alan Diógenes | 17/05/2015 09:11
Cerca de 79 casas foram invadidas no Residencial José Maksoud e famílias disseram que não vai sair. (Foto: Marcelo Calazans)
Cerca de 79 casas foram invadidas no Residencial José Maksoud e famílias disseram que não vai sair. (Foto: Marcelo Calazans)
Jacker foi à Defensoria Pública para permanecer na casa que invadiu. (Foto: Marcelo Calazans)
Jacker foi à Defensoria Pública para permanecer na casa que invadiu. (Foto: Marcelo Calazans)
Inscrita na Emha há 16 anos, Maria de Lourdes não foi contemplada e invadiu casa. (Foto: Marcelo Calazans)
Inscrita na Emha há 16 anos, Maria de Lourdes não foi contemplada e invadiu casa. (Foto: Marcelo Calazans)

Apesar de serem notificadas a deixar as casas nos Residenciais José Maksoud, na região dos Bairros Moreninhas, e Zenóbio dos Santos, no Bairro Lageado, as famílias invasoras permanecem irredutíveis deixar os locais. Com o fato, a Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) recorreu a Caixa Econômica Federal, responsável pelos imóveis para entrar na Justiça com o pedido de reintegração de posse.

É o que explica o diretor-presidente da agência, Enéas José de Carvalho Netto. “As únicas invasões que temos conhecimento são essas. Já fizemos as notificações, mas agora não podemos fazer mais nada. Se elas não saírem recorreremos à Caixa para pedir a reintegração de posse dos imóveis porque não podemos tirar as famílias de lá sem decisão judicial”, explicou.

Enquanto isso, a Emha está analisando os documentos necessários dos inscritos pré-selecionados para entregar as casas neste residenciais. “Essas casas têm donos já. Quanto aos invasores estamos estudando dentro da legislação uma forma de impedirmos eles de entrarem nos próximos programas habitacionais, porque nada justifica as invasões”, destacou.

A invasora Patricia de Matos Paiva, 34 anos, mora no José Maksoud com três filhos de 4, 11 e 15 anos. Apesar de ter sido notificada, ela disse que não vai deixar a casa. “Eles já vieram, nos notificaram, tiraram a água a luz, mas mesmo assim não vou sair porque não tenho onde morar com minhas crianças. A gente vai levando a luz de velas e pegando água com vizinhos”, comentou.

Maria de Lourdes de Matos, 60, mãe de Patricia, também mora com a filha na casa. Ela afirmou que muita gente que tinha condições acabou pegando as casas no mesmo residencial. “Teve gente que pegou e acabou alugando ou vendendo, sendo que é ilegal. Invadir casas aqui se tornou tão comum que esses dias a polícia veio aqui porque duas famílias invadiram a mesma casa. Fiz inscrição na Emha há 16 anos e até agora não fui contemplada. A Emha é uma máfia”, destacou.

A invasora Jacker Barros Ortiz, 32, foi na Defensoria Pública para conseguir ficar com a casa. “Nós tiramos fotos de pessoas construído nas casas, fazendo reformas e com carro na garagem para mostrar ao defensor que essas pessoas tem condições de vida e não podiam estar em um programa para famílias carentes”, mencionou.

Segundo ela, a agência realizou uma reunião com os proprietários das casas e até o dia 14 deste mês, essas famílias irão se mudar. Mesmo assim, ela falou que não vai sair. “Estou tranquila e sem medo, porque vou bater o pé e ficar. Ou eles regularizam nossa situação ou dá outra casa pra gente, justificou.

Na Bairro Lageado, a situação é a mesma. Mesmo notificadas, 15 famílias ainda continuaram nos apartamentos do Residencial Zenóbio dos Santos. É o caso da dona de casa Tahis Teixeira Alvez, 20. “Quero e preciso de uma casa porque sem ajuda do meu ex-companheiro não consigo cuidar da minha filha de 1 e 3 meses sem ter um lugar para morar. Não sairei daqui”, finalizou.

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