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Capital

Justiça acata denúncia, mas rejeita 7 prisões por execução de chefe de segurança

Denúncia aponta Fahd Jamil como mandante da morte de sargento reformado Ilson Martins Figueiredo, fuzilado na Avenida Guaicurus

Marta Ferreira | 16/10/2020 13:55
O Kia Stporge onde estava o sargento reformado da PM, Ilson Martins Figueiredo, quando foi executado. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
O Kia Stporge onde estava o sargento reformado da PM, Ilson Martins Figueiredo, quando foi executado. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, rejeitou pedido de prisão para sete denunciados pelo homicídio do sargento aposentado da Polícia Militar, Ilson Martins Figueiredo, 62 anos, crime ocorrido em 11 de junho de 2018, e investigado pela Operação Omertà. A decisão foi oficializada nesta sexta-feira (15).

Conforme a denúncia baseada em inquérito de força-tarefa da Polícia Civil, Figueiredo foi alvo de crime de pistolagem, sob encomenda do empresário Fahd Jamil, 79 anos, que está foragido, com prisão preventiva decretada desde junho deste ano sob acusação de chefiar milícia armada em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.

A motivação seria vingança pela morte de Daniel Jamil Georges, o Danielito, filho de Fahd, desaparecido em 2011 e dado como morto no ano passado.

Os réus - Além de “Fuad”, como é chamado o empresário de Ponta Porã, foi denunciado neste processo o outro filho dele Flávio Correa Jamil Georges, também foragido, o empresário campo-grandense Jamil Name, 81 anos, e o filho, “Jamilzinho”, 43 anos. Os Name estão presos na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN) por chefiar organização criminosa em Campo Grande, que atuaria em espécie de consórcio com o grupo criminoso da fronteira, inclusive para eliminar inimigos, tal qual o sargento reformado e chefe de Segurança da Assembleia Legislativa.

A acusação envolve ainda  Melciades Aldana,  apontado como chefe de segurança da família de Fahd Jamil, e o ex-guarda civil Marcelo Rios,  tido como de gerente da organização criminosa da qual os Name são apontados como lideranças. Ele seria responsável por contratar os executores dos homicídios.

Com base no art. 312 do CPP, indefiro, por ora, o pedido de prisão preventiva formulada em face dos investigados Fahd Jamil, Flávio Correia Jamil Georges, Melciades Aldana, Jamil Name, Jamil Name Filho, Juanil Miranda Lima e Marcelo Rios", escreveu o juiz em seu despacho.

Rios está preso desde maio de 2019, quando foi flagrado com armas ilegais e indicou onde ficava paiol atribuído à milícia armada. Por fim, é réu na ação criminal o ex-guarda civil de Campo Grande Juanil Miranda Lima, outro que sumiu, desde abril do ano passado.

"Zezinho", de barba, que chegou a ser investigado neste crime, e Juanil, que é réu. Ambos estão foragidos em lista de mais procurados. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
"Zezinho", de barba, que chegou a ser investigado neste crime, e Juanil, que é réu. Ambos estão foragidos em lista de mais procurados. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Juanil está na lista dos mais procurados no Brasil, junto com José Moreira Freires, o "Zezinho", esse igualmente ex-integrante da Guarda Civil Metropolitana campo-grandense. Os dois são réus pela execução de Matheus Coutinho Xavier,  20 anos morte por encomenda apurada pela força-tarefa da Polícia Civil que desaguou na Operação Omertà, deflagrada um ano atrás.  Matheus morreu no lugar do pai, o capitão da reserva da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, desafeto da família Name, segundo o trabalho policial.

A morte de Figueiredo - lson Martins foi fuzilado na Avenida Guairucurus,  no dia 11 de junho de 2018, quando o carro de Figueiredo, um Kia Sportage, foi interceptado por outro veículo onde estava o atirador, uma picape Fiat Toro vermelha. Foram disparados mais de 30 tiros de fuzil AK-47.

O utilitário foi encontrado incendiado minutos depois em estrada vicinal, na saída para São Paulo, próximo à BR-163.

"Zezinho" também foi investigado nesse crime, mas não houve comprovação de sua participação. Ele tem condenação a 18 anos de reclusão pelo assassinato do delegado aposentado de Polícia Civil Paulo Magalhães, a mando da milícia armada chefiada pelos Name. O crime de mando voltou a ser investigado no ano passado e o inquérito já foi relatado.

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