Laudo confirma esquizofrenia de professor que matou pai durante surto psicótico
Hugo Abel Heyn foi assassinado a facadas na casa onde morava no dia 26 de junho deste ano

O laudo psiquiátrico do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concluiu que Sahu Abel Heyn, de 35 anos, acusado de matar o próprio pai, Hugo Abel Heyn, em junho de 2025, é portador de esquizofrenia paranoide e, por isso, é inimputável. Ou seja, ele não tinha capacidade de entender o caráter ilícito do fato no momento do crime, devido a um surto psicótico.
RESUMO
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Laudo psiquiátrico do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que Sahu Abel Heyn, 35 anos, acusado de matar o próprio pai em junho de 2025, é portador de esquizofrenia paranoide e inimputável. O documento recomenda internação psiquiátrica por no mínimo um ano. O professor de dança matou Hugo Abel Heyn a facadas após uma discussão. Durante a perícia, Sahu relatou acreditar em abusos sexuais e conspiração familiar. O laudo indica sintomas psicóticos desde 2020, incluindo alucinações e delírios, além de histórico de tentativas de suicídio e abandono de tratamentos.
Assinado pelo perito Rodrigo Ferreira Abdo, o laudo foi juntado aos autos na última semana e recomenda que o réu seja submetido a tratamento psiquiátrico em regime de internação por, no mínimo, um ano, por apresentar alto risco de violência e já demonstrar recusa a tratamentos anteriores.
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Durante a perícia, Sahu afirmou acreditar que sofria abusos sexuais enquanto dormia e que a família estaria envolvida em uma conspiração. Ele descreveu dores físicas e episódios alucinatórios, relatando que vivia em um tipo de “reality show” e que tinha o celular “hackeado”.
O laudo aponta que ele apresenta sintomas psicóticos desde 2020, incluindo alucinações, delírios místicos e persecutórios, além de histórico de tentativas de suicídio, uso de drogas e abandono de tratamentos. O perito constatou “perda total das capacidades de entendimento e autodeterminação” na data do homicídio.
A avaliação apontou que Sahu é alienado mental, “com risco elevado de reincidência violenta caso não seja internado”. O perito recomenda tratamento psiquiátrico hospitalar, justificando que o quadro clínico tem relação direta com a motivação do crime, agravado pelo abandono do uso de antipsicóticos.
O caso segue na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, que decidirá pela aplicação de medida de segurança, procedimento previsto para réus inimputáveis que cometeram crimes graves.
Relembre – O crime aconteceu na noite de 26 de junho, na casa da família. Hugo assistia à televisão quando Sahu chegou à residência já alterado. Após uma discussão, o homem foi até o quarto onde estava a vítima e deu diversos golpes de faca no pai, que já estava deitado.
O professor de dança fugiu e acabou sendo preso dois dias depois pela equipe da Guarda Civil Metropolitana, enquanto caminhava na Avenida Toros Puxian. Ele foi levado para a delegacia, onde confessou o crime, mas optou por não dar detalhes. No dia 8 de julho, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) o denunciou por homicídio qualificado por motivo fútil.
Sahu chegou a alegar em depoimento que cometeu o crime por ter sofrido abusos por parte do pai. Ele confessou o crime, mas afirmou à polícia que precisava organizar o que dizer. A mãe do professor, Sandra Regina Inverso Ramires Heyn, negou os fatos e disse que o autor acusou a vítima de assediar sua namorada.
No entanto, a mulher alegou em depoimento que o filho sofria de esquizofrenia e, por isso, já havia tido diversos surtos dentro de casa; inclusive, em uma das ocasiões, tentou tirar a própria vida e foi socorrido por um vizinho.

