Menina morta após estupro era conhecida como "Estrelinha" e cuidava dos irmãos
Vizinhos estão abalados, lamentam e choram pela morte da menina que tinha fama de ser a "mãe" da casa
Na manhã desta segunda-feira (12), moradores do Bairro Nossa Senhora das Graças, na região da Vila Nasser, em Campo Grande, lamentam a morte da menina de 11 anos que foi estuprada e agredida na noite de domingo. Segundo os vizinhos, ela era conhecida como "Estrelinha" e tinha fama de cuidar muito bem dos irmãos.
Com lágrimas nos olhos, poucos moradores quiseram comentar sobre o crime, mas muitos lamentaram a morte lembrando que "Estrelinha" era considerada a "mãe" da casa, já que ela quem cuidava dos irmãos enquanto a mãe das crianças bebia e realizava programas sexuais.
Sem se identificar, um vendedor de 49 anos contou que ficou sem chão e sem saber o que fazer ao ver o corpo da menina caído na cozinha da casa. "Cheguei 22h da igreja e atendi o chamado do cara que estava com a mãe da menina, eles estavam desesperados. Eu conhecia ela e não sabia se chorava ou chamava o socorro quando vi a cena", contou.
De acordo com ele, a mulher deixava os filhos sozinhos com frequência e já havia sido alertada pelos vizinhos sobre o perigo da situação. "Ela é alcoólatra e fazia programas em casa, todos viam a movimentação de homens. Eu falava 'não faz isso, sua filha tá ficando mocinha, é perigoso', mas ela bebia e se descontrolava", relata o vendedor.
Segundo ele, a mulher de 39 anos chegou em casa acompanhada de um homem, foi ele quem saiu correndo do local pedindo ajuda de porta em porta até que o socorro foi acionado. "Não temos o costume de atender chamados no portão, mas sentimos no coração que deveríamos atender", disse a esposa do vendedor, que completou explicando que ajudou tampando os olhos dos dois irmãos da menina para que eles não vissem o corpo.
Equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) realizam rondas na região para tentar localizar câmeras de segurança que ajudem a identificar o autor do crime. Até o momento, a única informação sobre o suspeito é que ele estava vestindo calça jeans desbotada, camiseta preta, boné verde claro e tinha aproximadamente 1,70 metro de altura.
O caso está sendo investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a mãe da menina segue presa e os irmãos estão sob cuidados do Conselho Tutelar.