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Capital

Motociclistas se arriscam por economia e rapidez

Segundo a Polícia de Trânsito, o excesso de velocidade é a principal causa das mortes no trânsito

Clayton Neves e Mirian Machado | 25/02/2022 18:32
Antes mesmo de fevereiro terminar, o Batalhão de Trânsito já atendeu 1.413 ocorrências de trânsito. (Foto: Henrique Kawaminami)
Antes mesmo de fevereiro terminar, o Batalhão de Trânsito já atendeu 1.413 ocorrências de trânsito. (Foto: Henrique Kawaminami)

De um lado, a economia que faz diferença no bolso e também, a rapidez que, na maioria das vezes, um carro não tem. Do outro, a estatística alarmante que escancara o risco de se locomover em duas rodas. Em fevereiro, a cada dois dias, dois motociclistas perderam a vida em acidentes registrados em Campo Grande, que somente neste ano, soma 11 óbitos de condutores desse tipo de veículo.

Sem outra alternativa, o motoentregador Otávio Romero Medeiros, de 20 anos, é um dos que se arriscam diariamente entre os automóveis, mesmo diante da constatação de que, para quem está na moto, é o corpo o para-choque em caso de colisões. Para ele, a necessidade é o combustível para enfrentar o medo.

“Eu já sofri acidente e sei como isso é ruim. Se eu pudesse parar de pilotar, parava, mas trabalho com a  moto e não tenho muito o que fazer”, afirma.

Otávio revela que o risco fica ainda maior diante da cobrança de clientes, que se irritam com a espera. “Para as entregas, a gente tem um tempo e o povo reclama quando demoramos. Por isso, na maioria das vezes, é preciso acelerar para fazer o serviço dentro do prazo”, completa.

Comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Wellington Klimpel, afirma que é justamente o excesso de velocidade um dos fatores determinantes para que a quantidade de óbitos seja tão elevada e crescente. “Aliado à falta de atenção, isso é algo preponderante para esses acidentes com morte. O pior é que na maioria das ocasiões, até quem estava certo acaba envolvido”, avalia.

Antes mesmo de fevereiro terminar, o Batalhão de Trânsito já atendeu 1.413 ocorrências de trânsito. Do total, foram 15 mortes.

César Galindo, de 37 anos, outro motoentregador que conversou com o Campo Grande News, conta que nos 15 anos em que pilota, sempre apelou para a fé, mas sem deixar de lado o que aprendeu quando ainda era aluno de autoescola. “Moto é rapidez e economia. O jeito é orar e pedir para Deus por nossa segurança e também praticar a direção defensiva, já que o para-choque é nosso peito”, pontua.

Em poucos minutos em que esteve no Centro da cidade, nossa equipe de reportagem flagrou as mais variadas irregularidades, inclusive, condutores furando sinal vermelho em meio ao trânsito caótico do fim de tarde. Mesmo assim, há quem não se importe com o cenário e nem cogita a ideia de abandonar a “motoca”.

“Eu trabalho com a moto pela rapidez, porque o tempo é precioso. Já sofri acidente, mas não tenho medo não”, afirmou confiante o chaveiro Vinicius Baltazar, de 34 anos.

Mesmo para que não tem medo e se sente confiante frente ao cenário desfavorável, a recomendação é atenção redobrada. “No trânsito, não dá para brincar. São segundos mal calculados que provocam grandes tragédias. Nosso pedido insistente é para que repensem se vale a pena correr o risco”, finaliza o comandante do Batalhão de Trânsito.

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