No dia de aniversário de empresário, juiz faz 1ª audiência de criminosos
Os acusados de participação na morte do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, ocorrida em abril do ano passado, serão ouvidos pela Justiça nesta quarta-feira, 21 de janeiro, dia em que ele completaria 33 anos. O empresário foi morto por uma quadrilha que fingiu estar interessada em seu veículo anunciado na internet e o atraiu até o local do crime para roubá-lo.
O inquérito policial, concluído poucas semanas após o crime, apontou a participação direta e indireta de quatro pessoas. Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, apontado como responsável pelo tiro que matou Erlon. Rafael Diogo, 24, Jefferson dos Santos Souza, 21, e uma adolescente de 17 anos, dona do imóvel em que o corpo do empresário foi encontrado dias depois do crime no bairro São Jorge da Lagoa. Às investigações apontaram também a participação de um funileiro que supostamente cobrou R$ 2 mil para pintar o carro roubado, um Golf prata, de branco, no entanto ele foi liberado.
De acordo com o advogado da família de Erlon, Oton Nasser, a audiência marcada para às 15h desta quarta-feira será importante para que o processo caminhe em razão da condenação dos acusados. Visto que, segundo ele, o inquérito que aponta a participação de todos na ação que resultou no assassinato do empresário é evidente.
“O inquérito policial é consistente e acreditamos na Justiça. Acreditamos no trabalho do Ministério Público e todas as evidencias que levam a acusação deles”, ponderou.
Segundo o advogado, mesmo passados mais de nove meses desde o ocorrido, e com todos os acusados detidos, o sentimento da família é de inconformismo.
Família despedaçada – Erlon era casado há 12 anos e tinha dois filhos com idades entre oito e dez anos. Além da esposa, pais e um irmão do empresário moram na Capital. Nasser afirma que após o fato, a família ficou emocionalmente despedaçada. “Estão todos arrasados e inconformados com a crueldade como os bandidos agiram. Por causa disso, os filhos de Erlon têm acompanhamento psicológico”, disse.
Os réus estão presos enquanto aguardam o andamento do processo. “Eles são pessoas perigosas e não têm condições de conviverem em sociedade, em liberdade enquanto aguardam a Justiça. Fico preocupado com o perigo que mentes cruéis como estas podem oferecer".
“Nenhum dinheiro vai trazer à família a mesma satisfação que a presença dele trazia. Parentes e amigos confiam na Justiça e acreditam que os bandidos vão receber pena máxima”, concluiu.
Crime – Segundo inquérito concluído pela Defurv, Thiago Henrique Ribeiro, de 21 anos, marcou encontro com Erlon na rotatória da Avenida Interlagos com a Avenida Gury Marques, no Bairro Doutor Albuquerque, na saída para São Paulo. Ele queria comprar o Golf anunciado pela vítima, e a convenceu a levar o carro até a casa onde ocorreu o latrocínio, no São Jorge da Lagoa.
Na residência, Erlon se encontrou com Rafael Diogo, o Tartaruga, 24, e a adolescente de 17 anos. Ele ficou aguardando um parecer dos bandidos que queriam comprar o veículo por R$ 38 mil. Thiago entrou na casa, pegou um revólver e atirou na nuca da vítima que não teve tempo de reagir.
Ainda vivo, o empresário teve o corpo enterrado em uma fossa de 4,5 metros, no quintal do imóvel. O buraco foi coberto com terra, entulho e restos de vegetação. Dias depois, vizinhos sentiram o odor vindo da fosse descoberta e acionaram a polícia. Todos os acusados foram encontrados e presos.