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Capital

Novo aparelho de radioterapia vai funcionar em 30 dias, garante secretário

Ricardo Campos Jr. | 11/01/2018 11:16
Hospital de Câncer Alfredo Abrão, onde aparelho de radioterapia vai funcionar (Foto: Marcos Ermínio)
Hospital de Câncer Alfredo Abrão, onde aparelho de radioterapia vai funcionar (Foto: Marcos Ermínio)

O novo equipamento de radioterapia que promete escoar a fila de pacientes à espera do tratamento pelo SUS deve começar a funcionar em 30 dias, afirma o secretário estadual de saúde, Carlos Coimbra. Atualmente a Capital conta com apenas uma máquina, que por ser antiga só consegue fazer 50 procedimentos por dia em apenas dois turnos.

Conforme o gestor, o novo acelerador linear vai funcionar também durante a noite, dobrando a capacidade de atendimento e desafogando a demanda.

“Nós já obtivemos do Conselho Nacional de Energia Nuclear a autorização para instalá-lo no Hospital de Câncer Alfredo Abrão. A obra do bunker (sala que isola a radioatividade) já está praticamente pronta, falta a montagem do aparelho dentro dele”, disse nessa quinta-feira (11).

O equipamento que atualmente atende os pacientes da rede pública foi fabricado há 20 anos e não se encontram mais peças de reposição em caso de dano. “Por ser antigo, esse equipamento não pode ser sobrecarregado”, disse Coimbra.

Mato Grosso do Sul deve ter outras quatro máquinas novas. Uma delas funcionará no Hospital Universitário. “O início da obra está previsto para março e o equipamento deve ser instalado até o fim de 2018”, garante o secretário.

Também fará tratamento com radioterapia o Hospital Regional, mas só em 2019. Os dois aceleradores lineares restantes devem ir para Dourados e Três Lagoas.

“A nossa meta de atendimento é de 90 a 100 pacientes por dia somente este ano. A reforma do bunker custou R$ 1,3 milhão do Governo Estadual. O aparelho foi comprado pelo Governo Federal inicialmente para Goiânia, mas estava parado e nós conseguimos trazê-lo para cá”, diz Coimbra.

Suspeitas – A demora na instalação do equipamento fez o MPE (Ministério Público Estadual) abrir inquérito em outubro do ano passado. Em 2013, o tema ganhou o noticiário pela Máfia do Câncer, quando a operação Sangue Frio, realizada pela PF (Polícia Federal), apontou o desmonte da rede pública para atender interesses privados.

À época, a promessa, com presença do então ministro da Saúde, foi ampliar os atendimentos, mas, a realidade é que ele diminuiu. Com a reforma no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, toda a demanda da rede pública foi direcionada para a clinica Radius, que já recebia pacientes encaminhados pela Santa Casa. Radius é novo nome da NeoRad, que foi investigada em 2013 pela PF e trocou de dono.

Agora, em 2017, documentos enviados pele Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) ao Ministério Publico informam um fila que varia: com 176 pendentes em maio, 203 na sequência e 106 no mês de junho. Nesta terça-feira (dia 31), o total atualizado é de 142 solicitações para radioterapia, total que engloba pacientes de outros municípios. O pedido mais antigo datava de 7 de abril deste ano.

Conforme documentos da secretaria, são habilitados para o serviço de radioterapia a Santa Casa e o Hospital de Câncer Alfredo Abrão. Conforme a assessoria de imprensa da Sesau, a fila chegou a mais de 200, mas, por determinação da secretaria, foram realizados atendimentos em horário diferenciado e o total caiu para 142.

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