Ordem é fechar cerca de 200 pontos do jogo do bicho na cidade
Argumento para lacrar bancas do bicho é ocupação de calçadas sem autorização
Para lacrar cerca de 200 bancas do jogo bicho em Campo Grande nesta quarta-feira (23), a 4ª fase da Operação Omertà, a “Black Cat”, mirou em um problema administrativo, e não na contravenção penal.
As banquinhas, que em sua maioria não estão funcionando desde segunda-feira (21), historicamente ficam nas calçadas, ou seja, ocupando o passeio público, legalmente dedicado à passagem de pedestres.
Além disso, o negócio ilegal não tem qualquer autorização do Poder Público, como por exemplo alvará.
As bancas lacradas estão recebendo um aviso de que o rompimento do dispositivo é crime, previsto no artigo 336 do Código Penal, passível de pena de detenção de um mês a um ano, além de multa.
Como a operação chegou ao conhecimento da organização exploradora do negócio, a operação foi adiantada. Seria amanhã e foi feita hoje, com menos agentes de segurança.
Um terço do previsto - A “Black Cat” envolveria Polícia Civil, Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) e dois batalhões da Polícia Miltiar, o Choque e o Bope (de Operações Especiais). Deveriam ser 300 policias, mas o número mobilizado foi equivalente a um terço disso.
A iniciativa acabou restrita à Polícia Civil, liderada pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), com policiais de outras especializadas, e ao Gaeco. Bope e Choque não participaram.
De acordo com a investigação jornalística, a ordem de toda forma é tolerância zero com a permanência das bancas do bicho, espalhadas pela cidade há décadas. O que não for lacrado hoje, será nos próximos dias, segundo apurado.
Pelo menos vinte pessoas foram ouvidas no Garras, no Bairro Tiradentes, durante a amanhã e devem ser liberadas depois, pois não há crime, apenas contravenção, que não gera pena de prisão.
O nome da fase é em alusão a “Gato Preto”, como se denomina a organização que explora o jogo de azar. A chefia do negócio é atribuída ao empresário Jamil Name, preso há um ano, por chefiar milícia armada alvo das primeiras fases da Omertà.
(Matéria atualizada às 16h21 para acréscimo de informação)