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Paciente com síndrome ligada ao zika aguarda leito no CTI do HU

Flávia Lima | 22/02/2016 16:13

Dos quatro pacientes que foram internados no HU (Hospital Universitário) Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, com Síndrome de Guillain-Barré, relacionada ao zika vírus, apenas um segue internado no hospital e seu quadro inspira cuidados, já que ele buscou a unidade hospitalar após oito dias da manifestação dos sintomas.

De acordo com a assessoria do HU, o homem, que não teve o nome e idade divulgados, chegou ao hospital na terça-feira (16) e está na ala vermelha do Pronto Socorro, aguardando leito no CTI (Centro de Terapia Intensiva). A unidade dispõe de apenas oito vagas e está lotada.

Ainda segundo o hospital, o quadro do paciente é estável, porém ele necessita de aparelhos para respirar. Sua situação é mais delicada por conta da demora em buscar atendimento.

Já quanto aos outros três pacientes, que deram entrada no início do mês, um deles, um homem, já recebeu alta e os outros dois, um homem e uma mulher, foram transferidos para o hospital São Julião para reabilitação, pois já apresentavam quadro estável e não correm risco.

Nenhum deles teve a identidade revelada pelo hospital, no entanto, na semana passada, o Campo Grande News apurou que no dia 4 de fevereiro havia sido confirmada a internação de uma mulher de Paranaíba, a 422 quilômetros de Campo Grande, onde deu entrada dois dias antes, com suspeita da síndrome. Na época, a mulher foi identificada como Janecler Nunes da Silva, 33 anos e segundo familiares, ela começou a apresentar os sintomas 15 dias de sua internação, como febre e dores nas articulações.      

No dia 29 de janeiro, o quadro se agravou e ela já não conseguiu mais trabalhar. Dois dias depois, teve dormência na perna e caiu durante o banho por fraqueza. No dia 1º de fevereiro, já não sentia mãos e pés. A paciente também apresentou vermelhidão e foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), no dia 3 de fevereiro, às 20h, quando já estava na Capital.

Ainda conforme a assessoria, apenas dois pacientes tiveram a síndrome associadas à dengue, mas não informou quais são.

O que é - A Síndrome de Guillanin-Barré é uma síndrome neurológica que apresenta como sinais clínicos a perda de força, sensibilidade e reflexo de padrão rapidamente evolutivo. Isso ocorre devido a reação autoimune aguda a um processo infeccioso na qual os anticorpos criados pelo corpo para combater o organismo infectante terminam por atacar os nervos levando aos sinais clássicos da doença.

As principais causas de Guillain-Barré são infecções intestinais em sua maioria causada por Enterovírus (vírus que causa diarreia) ou pelo Campylobacter jejum (bactéria que também causa diarreia). Ela também vem sendo associada ao zika vírus.

O tempo médio de evolução entre o início da infecção e o surgimento dos sintomas é de aproximadamente 10 a 15 dias no geral. Um bom exemplo seria a infecção causada pela dengue. Assim como outras síndromes virais, a dengue também gera reação imune que pode levar ao quadro da Síndrome Guillain-Barré.

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