HU confirma dois casos de síndrome em pacientes que tiveram dengue
Dois dos três pacientes com síndrome de Guillain-Barré, que estão internados no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, desenvolveram a doença após confirmação de dengue. A Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra o hospital, afirma que todos estão estáveis e respiram sem ajuda de aparelhos.
O terceiro paciente não teve dengue confirmada. Segundo a fonte oficial, teria desenvolvido a síndrome por outros fatores não informados pelo HU.
No dia 4 de fevereiro deste ano foi confirmada a internação de uma mulher de Paranaíba, a 422 quilômetros de Campo Grande, no HU – onde deu entrada dois dias antes, com suspeita da síndrome, geralmente associada ao zika vírus. Na época a mulher identificada como Janecler Nunes da Silva, 33 anos, respirava com ajuda de aparelhos e perdeu a fala. O outro paciente com a síndrome associada à dengue não foi identificado, bem como o terceiro (que teve exame negativo para a doença).
Familiares da paciente relataram que ela começou a apresentar sintomas de dengue 15 dias antes da internação, como febre e dores nas juntas. Entre os dias 23 e 24 de janeiro ela apresentou dormência nas mãos, procurou o hospital de Paranaíba, foi medicada e liberada.
No dia 29 de janeiro, o quadro se agravou e ela já não conseguiu mais trabalhar. Dois dias depois, teve dormência na perna e caiu durante o banho por fraqueza. No dia 1º de fevereiro, já não sentia mãos e pés. A paciente também apresentou vermelhidão e foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), no dia 3 de fevereiro, às 20h, quando já estava na Capital.
Os casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré também vem sendo associados ao zika vírus Porém, nos casos dos dois pacientes internados no HU, foi confirmado que ambos tiveram dengue e não zika. A dengue, assim como o zika vírus e a febre chikungunya são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
O que é – A Síndrome de Guillanin-Barré é uma síndrome neurológica que apresenta como sinais clínicos a perda de força, sensibilidade e reflexo de padrão rapidamente evolutivo. Isso ocorre devido a reação autoimune aguda a um processo infeccioso na qual os anticorpos criados pelo corpo para combater o organismo infectante terminam por atacar os nervos levando aos sinais clássicos da doença.
As principais causas de Guillain-Barré são infecções intestinais em sua maioria causada por Enterovírus (vírus que causa diarreia) ou pelo Campylobacter jejum (bactéria que também causa diarreia).
O tempo médio de evolução entre o início da infecção e o surgimento dos sintomas é de aproximadamente 10 a 15 dias no geral. Um bom exemplo seria a infecção causada pela dengue. Assim como outras síndromes virais, a dengue também gera reação imune que pode levar ao quadro da Síndrome Guillain-Barré.