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Capital

Pais encontram creche fechada e síndico barra entrada com vassouras

Creche tinha ordem da Semed para funcionar até essa quarta-feira; local atende 20 crianças na Vila Sobrinho

Por Jéssica Fernandes e Clara Farias | 17/07/2024 09:25
Pais e crianças ficaram na calçada diante proibição de entrar na creche. (Foto: Alex Machado)
Pais e crianças ficaram na calçada diante proibição de entrar na creche. (Foto: Alex Machado)

Professores e alunos foram impedidos de entrar no Condomínio Parque Residencial Flamingos, no Bairro Vila Sobrinho, onde funciona uma creche. Para barrar a entrada, o síndico colocou vassouras e quadros na entrada

A Associação de Pais e Amigos da Creche Flamingos funciona há 34 anos como ONG (Organização Não Governamental). No lugar são atendidas 20 crianças entre 4 meses a 3 anos e 11 meses, mas por estarem com o quadro de funcionários abaixo do indicado, sem dedetização e vistoria do Corpo de Bombeiros em dia, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) deu prazo para que as aulas fossem até hoje.

Cientes da situação, os pais foram levar as crianças para o último dia de aula e alguns precisaram voltar para trás com a proibição ordenada pelo síndico na portaria do prédio. A Guarda Municipal foi chamada e algumas mães esperaram a situação ser resolvida enquanto esperavam na calçada.

Maihala Marques fala que vários pais não conseguiram deixar os filhos no lugar.  (Foto: Alex Machado)
Maihala Marques fala que vários pais não conseguiram deixar os filhos no lugar.  (Foto: Alex Machado)

A empresária Maihala Marques, de 26 anos, relata que não é de hoje que a creche vive o impasse de encerrar as atividades. Mesmo com o documento da Semed garantindo mais um dia de aula, ontem ela foi avisada pela portaria o contrário.

“Quando viemos buscar as crianças a portaria falou que não teria aula, mas como ele não tem documento oficial proibindo tá complicado. Tinha mais de 20 pais aqui que não conseguiram deixar seus filhos. Ele (síndico) trancou o portão que dá acesso a creche e não deixou a gente entrar no condomínio. Estamos nessa guerra”, afirma.

Professora da creche Geovanna Ferreira da Silva, de 29 anos, diz que só conseguiu entrar para pegar um documento. Ela explica que apesar da decisão da Semed, a creche está no prazo para recorrer da decisão. A professora também ressalta que pelo espaço ser do município a situação de hoje não poderia ter ocorrido.

Guarda Municipal foi acionada para ocorrência no condomínio. (Foto: Alex Machado)
Guarda Municipal foi acionada para ocorrência no condomínio. (Foto: Alex Machado)

“Ele proibiu a gente de entrar e chamamos a Guarda. Esse espaço é do município, ele não é do condomínio e não pode usar de forma arbitrária para proibirem nossa entrada”, comenta.

Além da proibição, segundo ela, o sindico impediu a entrada do profissional que faria a dedetização dentro da creche na última sexta-feira. Na semana passada, ele também impediu que o pessoal da limpeza tivesse acesso.

Jaqueline Eugenia, de 29 anos, trabalha como cuidadora no condomínio e aproveita para deixar o filho de três anos na área da creche. Como não tem com quem deixar o filho, ela fala que a associação é a única opção que tem.

Sem ter onde deixar o filho, Jaqueline precisou perder um dia de trabalho. (Foto: Alex Machado)
Sem ter onde deixar o filho, Jaqueline precisou perder um dia de trabalho. (Foto: Alex Machado)

“É um prédio público e a gente contribuiu para poder funcionar. Aqui tem um custo benefício melhor e a gente contribuiu com a manutenção. É uma pena porque não tenho onde deixar meu bebê. Vou ter que voltar pra casa e ver como vai ser os próximos dias”, relata.

Defesa - O caso terminou na delegacia onde a reportagem conversou com o advogado do condomínio, Ricardo Machado. Ele declara que a proibição de hoje vai de encontro com a decisão da adminsitração municipal, que é responsável pelo prédio da creche.

“O condomínio está seguindo o que a administração municipal determinou que a creche está descredenciada através dessa liberação. Sem essa documentação a creche não pode funcionar. Estamos cumprindo o que a autoridade pública determinou”, frisa.

Ricardo também expõe que o síndico se ‘solidarizou’ em locar outro espaço para que a creche continue atendendo as crianças. “ Ele se dispôs através do condomínio de locar um lugar para que eles funcionem porque neste não há autorização de funcionamento”, completa.

A reportagem procurou a Semed sobre o caso e aguarda resposta. O espaço segue aberto.


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