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Capital

Pesquisa aponta que 17% tomaram cloroquina e ivermectina como prevenção

Estudo preliminar foi feito nos bairros Popular e Panamá em outubro, por alunos do EpiSUS

Nyelder Rodrigues | 02/11/2021 19:49
Vários medicamentos tive "boom" de vendas durante a pandemia por causa de uso equivocado como preventivo (Foto: Agência Brasil/Arquivo)
Vários medicamentos tive "boom" de vendas durante a pandemia por causa de uso equivocado como preventivo (Foto: Agência Brasil/Arquivo)

Alunos da turma sul-mato-grossense do curso de especialização intermediário do EpiSUS (Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS - Sistema Único de Saúde) produziram uma pesquisa em Campo Grande apontando que 17% dos entrevistados responderam que tomaram medicamentos como forma de prevenir a covid-19.

No caso, medicações como a cloroquina e a ivermectina, que fazem parte do kit covid e não possuem eficácia comprovada cientificamente contra o novo coronavírus, estão listados como os remédios usados como prevenção.

Além disso, o terceiro medicamento que consta na pesquisa é a azitromicina, antibiótico que, inclusive, precisa de receituário médico obrigatório em duas vias para que seja vendido - sendo que uma das folhas fica com a drogaria.

Realizada em 19 e 20 de outubro deste ano, a pesquisa contou com adultos acima de 18 anos que moram nos bairros Panamá e Popular - ambos localizados na região oeste de Campo Grande -, entrevistando 364 pessoas. A amostragem tem grau de confiança de 95% e margem de erro de 5%, além de prevalência de 50%.

Entre os questionamentos realizados, constam as práticas adotadas pelos entrevistados para prevenir a covid-19. A com maior porcentagem de respostas foi a higienização das mãos com água e sabão, chegando a 96,9% das respostas, enquanto a higienização com álcool em gel foi a resposta de 93,9% dos entrevistados.

Baixo isolamento - Já 91,7% das pessoas incluídas na pesquisas afirmam que adotaram o uso de máscaras e o outras 75% o distanciamento social. Contudo, o isolamento, que é o convívio social de maior restrição, foi adotado por apenas 29%.

O uso de vitaminas foi a resposta dada por 48% dos entrevistados, enquanto 85% deles afirmam que a vacina foi uma medida de prevenção adotada contra a covid-19 - além disso houve ainda 17% afirmando que tomou cloroquina, invermectina ou azitromicina.

Ainda em caráter preliminar, o estudo deve ter seu relatório concluído e entregue para os tutores fecharem a avaliação do EpiSUS até o dia 14 de novembro. A pesquisa já foi apresentada em evento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) específico para profissionais da saúde em Campo Grande, na semana passada.

Desinformação - Quanto às principais formas de transmissão, a pesquisa revela também certo grau de desconhecimento dos entrevistados nos bairros Panamá e Popular. Uma porcentagem de 6% respondeu não saber ou que a transmissão ocorria por formas que não estavam no questionário, como "pegar friagem" e "sujeira em casa".

A resposta "alimentos mal higienizados" foi dada por 1% dos entrevistados, ou seja, quatro pessoas, enquanto a principal forma de transmissão ocorrer pelo ar foi dada por 37% das pessoas que constam na pesquisa e o contato com secreções contaminadas foi a resposta mais repetida, representando 55% dos pesquisados - 201 pessoas.

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