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Capital

Praça no bairro Tiradentes é retrato de abandono em espaços de lazer

A Jorge Razuk foi revitalizada em 2009, mas hoje é dominada pelo mato alto e pela escuridão

Geisy Garnes | 23/11/2017 13:18
Além de quebrado, o brinquedo foi 'jogado' em meio ao matagal (Foto: Paulo Francis)
Além de quebrado, o brinquedo foi 'jogado' em meio ao matagal (Foto: Paulo Francis)

Brinquedos quebrados, mato alto e falta de iluminação. A cena, que poderia descrever inúmeros espaço de lazer em Campo Grande, dessa vez é da Praça Jorge Razuk, localizada na Rua Marquês de Lavradio, no Bairro Tiradentes. Mal cuidado, o espaço é alvo de reclamações frequentes entre os moradores e frequentadores do local.

O cenário fica ainda pior de noite, quando a falta de iluminação fica evidente e acaba sendo feita por barracas de lanches que usam as calçadas e parte da praça para atender seus clientes.

A praça recebe diariamente um grande movimento de pessoas. “Aqui deveria ser um ponto de referência. Mas não tem nem iluminação. Fica a Deus dará né?”, lamentou o mecânico Anderson Vargas, de 45 anos. “É um dos pontos da cidade que não deveria estar assim”.

Valdeir Barros, de 46 anos, morador da região, diz que raramente a praça recebe manutenção. “Se não fosse o pessoal das barraquinhas, que ainda cortam as árvores aqui e trazem movimento, isso aqui ia estar cheio de usuários de drogas”, afirmou.

Fazendo de parte da praça ponto de comércio há quase 10 anos, Airton Júlio Santos, de 26 anos, reclama principalmente da falta de iluminação. É da barraca dele que sai a luz para as moradoras que desejam usar a academia ao ar livre. Ele conta ainda que de dois em dois meses os comerciantes se unem e pagam para limpar o local.

Do outro lado da praça, onde deveriam funcionar os brinquedos, surge uma nova preocupação. Mãe de três crianças, Jéssica Aparecida Soares da Silva, de 26 anos, chamou a equipe de reportagem para mostrar a situação do escorregador. “Tem uma ponta do metal erguida, pedi para eles tomarem cuidado podem se cortar”.

Crianças não podem mais brincar no balanço, que foi destruído (Foto: Paulo Francis)
Crianças não podem mais brincar no balanço, que foi destruído (Foto: Paulo Francis)
Ponta do metal no escorregador preocupa os pais (Foto: Paulo Francis)
Ponta do metal no escorregador preocupa os pais (Foto: Paulo Francis)

A jovem sempre leva os filhos, de 12, 3 e 1 ano, quando vai a praça ajudar o irmão, que vende espetinhos no local. “Os moradores agradeceram a gente, porque antes ninguém conseguia dormir aqui, pelo tanto de usuários de drogas que ficavam. Anoitecia e ninguém passava por aqui”.

Morador da região há mais de 12 anos, a comerciante Danielle F. da Silva Gonçalves, de 38 anos, lembra da época em que sempre levava a filha ao local. “A praça era linda. Todos os dias eu trazia a minha filha. Mas agora dá medo, não tem condições”, lamentou olhando o mato alto e os brinquedos quebrados.

A comerciante explicou ainda que as poucas partes que tiveram a grama cortada e árvores podadas, foi iniciativa dos comerciantes e de um grupo da igreja localizada em frente a praça, que usa o espaço para se reunir durante os fins de semana.

Prefeitura - A Praça Jorge Razuk foi revitalizada e reinaugurada em novembro de 2009. Mas desde 2012 o Campo Grande News acompanha o abandono do local.

Segundo a Prefeitura, a limpeza e substituição de lâmpadas queimadas na Jorge Razuk já estão na programação de serviço da Sisep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos). É a secretaria que executa “de forma regular” a manutenção de praças em todas as áreas públicas de Campo Grande, que somam mais de 250 hectares.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) informou que encaminhará uma equipe ao local para verificar a atual situação da praça em relação aos comerciantes que estão no local. Ainda conforme a assessoria de comunicação da prefeitura, pessoa física ou empresa podem adotar locais públicos, limpá-lo e mantê-lo. Em troca, recebem o direito de fazer propaganda, de acordo com regras do Propam (Programa de Parceria Municipal).

Mato alto toma conta da praça (Foto: Lucimar Couto)
Mato alto toma conta da praça (Foto: Lucimar Couto)
Ambulantes tomam conta das calçadas da praça e tentam ajudar na manutenção do local (Foto: Lucimar Couto)
Ambulantes tomam conta das calçadas da praça e tentam ajudar na manutenção do local (Foto: Lucimar Couto)
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