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Capital

Prefeito vai à UPA e é recepcionado por usuários revoltados com caos

Zana Zaidan e Cleber Gellio | 24/03/2014 15:22
Fábio reclamou para Olarte que passou mais de 3h em posto sem ser atendido (Foto: Cleber Gellio)
Fábio reclamou para Olarte que passou mais de 3h em posto sem ser atendido (Foto: Cleber Gellio)
Fábio não perdeu a chance de se queixar com o prefeito (Foto: Cleber Gellio)
Fábio não perdeu a chance de se queixar com o prefeito (Foto: Cleber Gellio)

A visita de Gilmar Olarte (PP) à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino serviu para a população “desabafar” ao novo prefeito e queixar-se do caos na saúde de Campo Grande. O intuito era recepcionar, na tarde hoje (24), os médicos convocados para suprir a falta de profissionais, principalmente especialistas, nos centros regionais de saúde 24 horas e de para atendimento de emergência.

Com os corredores lotados, inclusive com pacientes sem ter onde sentar enquanto aguardavam ser chamados, a presença de Olarte não passou despercebida.

Irritados com a espera, alguns pacientes chegaram a se exaltar. “Estou buscando atendimento desde às 8 da manhã e já passei por três postos de saúde, prefeito”, reclamou o vendedor Fábio Santos, aos gritos. Com fortes dores no ombro, a peregrinação de Fábio começou no posto do Aero Rancho. Três horas depois, ele desistiu e, então, a tentativa foi na Vila Almeida. No Coronel Antonino, Fábio ainda aguardava ser atendido.

“Ninguém ganha nada no grito. Estamos aqui para conhecer a real situação e não podemos resolver de uma hora para outra problemas que vieram como 'herança'”, respondeu Olarte, blindado pelos seguranças.

Olarte foi recepcionar novos médicos, e população aproveitou visita para desabafar (Foto: Cleber Gellio)
Olarte foi recepcionar novos médicos, e população aproveitou visita para desabafar (Foto: Cleber Gellio)

Luis Alberto Albano, 28 anos, passou por situação semelhante à de Fábio. Em busca de atendimento desde às 8h30, o eletrotécnico dependia de um oftalmologista, ou um clínico geral, para curar uma conjuntivite. “Estou com horário marcado para retirar um dente, mas com o dentista disse que não pode fazer a cirurgia enquanto o olho não melhorar. Estou dependendo disso”, explicou.

A queixa de Leila Aparecida Silva, 38 anos, é em relação à falta de especialistas na rede pública. Com um filho de 9 anos, o pedido ao novo prefeito é para contratação de mais pediatras e agilidade na realização de exames. “Pediatra nunca tem. Para marcar uma consulta é no mínimo 30 dias, um exame, então, mais de 60. Está tudo parado”, afirma a manicure, que aguardava ser chamada no Pronto-Atendimento.

Para a esteticista Adenira Alves de Souza, 35 anos, a prioridade deveria ser reestruturar as unidades de saúde. “Não adianta ter mais médicos se eles não tiverem como trabalhar. Quantas vezes não fui ao posto e percebi que tinha muita vontade de trabalhar, mas não tinha remédio. Hoje, mesmo, não tem nem onde sentar”.

Mais médicos – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) convocou na sexta-feira 134 médicos aprovados em concurso público para atuação imediata em hospitais e unidades de saúde. É a primeira de uma série de medidas que, segundo Olarte, serão tomadas para colocar o setor em ordem na Capital.

Hoje os novos médicos receberam uma capacitação sobre o funcionamento da rede. Conforme o chefe da Sesau, Jamal Salém, amanhã de manhã os profissionais serão designados para as unidades de atuação e, na parte da tarde, começam a atender.

“Se com o tempo se mostrar necessário, convocaremos mais aprovados”, garantiu o secretário. Antes da contratação destes 134 profissionais, levantamento da Sesau apontou déficit de 200 médicos na Capital.

Mulher aguarda consulta sentada em cima do capacete (Foto: Cleber Gellio)
Mulher aguarda consulta sentada em cima do capacete (Foto: Cleber Gellio)
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