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Prefeitura faz apelo para que os professores retornem às aulas

Antônio Marques | 12/06/2015 11:44

O secretário municipal de Administração Wilson do Prado, que também é interino da pasta da Educação, fez um apelo nesta manhã, durante entrevista no programa Tribuna Livre da Rádio FM Capital, para que os professores acabem com a greve, uma vez que a Prefeitura estaria impossibilitada financeiramente e pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Wilson do Prado disse que, das 94 escolas municipais, apenas 45 escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) aderiram ao movimento grevista, outras 14 estariam parcialmente paralisadas e “as demais estariam funcionando normalmente”.

Para o secretário, a reivindicação da categoria não seria o pagamento do piso salarial do magistério, que é de R$ 1.917,78, pois apenas três professores da Reme estariam enquadrados neste valor por serem PH1 (formação em nível médio). “Como esses três já estão bem avançados na classificação da carreira e não são iniciantes, pois não aceitamos mais nível médio na rede municipal, eles estariam recebendo R$ 2.930,00”, explicou Wilson do Prado.

Ele reiterou que os professores estão cobrando o reajuste do piso nacional de 13,01%, que ele considera justo, mas que no momento traria um impacto de R$ 6,8 milhões na folha de pagamento da Prefeitura, avançando o limite prudencial de 51,3% da RCL (Receita Corrente Líquida) conforme determina a LRF. “Se desrespeitarmos a legislação, o prefeito corre o risco de perder o mandato e nós vamos responder judicialmente por isso”, comentou.

Na última segunda-feira, 8, a Prefeitura apresentou uma proposta à direção do sindicato, que previa o reajuste de 8,5% parcelados até o mês de dezembro de 2015, sendo 0,5% em junho e 1,33% nos meses seguintes, até o final do ano.

Na terça-feira, a categoria rejeitou a proposta do Executivo e sugeriu que os 13,01%, conforme prevê o reajuste anual do piso salarial do magistério, fossem divididos em sete parcelas, sendo 1% para os meses de junho e julho; 2% em agosto, setembro, outubro; e 3,01% em dezembro. Dessa forma a reposição do piso estaria atendida.

Wilson do Prado disse que comunicou a ACP (Sindicato Campo-Grandense de Profissionais em Educação), na tarde dessa quinta-feira, 11, que a proposta da Prefeitura estava mantida e a partir de setembro poderia retomar as negociações no sentido de atender a diferença entre o índice oferecido e o reivindicado, 4,5%.

O secretário relatou que os estudos de ajustes nas contas do município estão sendo realizados e alguns cortes estão sendo feitos para o fechamento do balanço do segundo quadrimestre, que será fechado em agosto. “Hoje não é possível avançar. Em 90 dias faríamos ajustes na contas para verificar a possibilidade”, afirmou.

Wilson do Prado considera que os professores devem ganhar bem e declarou que Campo Grande é das poucas cidades do país que paga o piso nacional para carga horária de 20 horas semanais, mais um terço de hora-atividade (realização de atividades extra-classe), que ele admitiu ser uma conquista merecida da categoria.

Ao final da entrevista, ele apelou aos professores para que voltem ao trabalho e fez o compromisso de voltar a negociar a partir de setembro próximo. “Somos solidário e entendemos que a reivindicação é justa, mas estamos impossibilitados neste momento de oferecer os 13,01%. Gostaríamos de contar com a compreensão dos professores”, concluiu.

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