Prefeitura organiza pontos e quer pôr fim ao déficit de 200 táxis e mototáxi
Para dar andamento às discussões entre a prefeitura, os taxistas e mototaxistas, principalmente em relação ao déficit de aproximadamente 200 carros e motos em Campo Grande, a prefeitura credenciou, nesta quinta-feira (30), 147 coordenadores de pontos de táxi e mototáxi e oficializou os novos coordenadores
Os profissionais, 75 deles taxistas e 72 mototaxistas, serão responsáveis por repassar aos coordenadores-gerais qualquer tipo de problema ou reivindicação da classe. Os coordenadores, por sua vez, integrarão um comitê multidisciplinar coordenado pela Agetran (Agência Municipal de Trânsito).
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Atualmente existem em Campo Grande 490 táxis, 490 mototáxis e 700 taxistas auxiliares que rodam em veículos que ficam distribuídos nos pontos.
O titular da Agetran, Jean Saliba, explica que o trabalho em conjunto fará com que os profissionais e a prefeitura discutam os problemas do trânsito da cidade e enfrentados pela categoria. “É muito importante ouvirmos todos os lados, buscamos o melhor para a cidade”, diz.
Os dois coordenadores-gerais foram eleitos pelos permissionários dos pontos nos últimos 29 e 30 de setembro. O representante dos taxistas, Fernando Yonaka, explica que em relação ao déficit de táxis é necessário um estudo mais profundado, mas algumas reivindicações são antigas e merecem atenção da prefeitura.
“Nós temos várias relcmações em relação ao acesso a banheiros, locais para descanso e abrigos melhores, porque quando chove muitos locais não têm proteção nenhuma. Vamos esperar as primeiras reuniões do comitê para entender realmente no que poderemos ajudar”, diz.
A coordenadora-geral dos mototaxistas, Marlene Pereira de Souza, ressalta que a eleição dos represantes é histórica e vai ajudar na organização dos profissionais. “É a primeira vez que isso acontece e esperamos que com isso nosso trabalho melhore, precisamos de mais segurança nas ruas e esse diálogo com a prefeitura será primordial para isso”.
Durante a cerimônia, que contou com a presença do prefeito Gilmar Olarte, os coordenadores dos pontos receberam as carteirinhas emitidas pela prefeitura. De acordo com Olarte, o objetivo é que não só a categoria evolua, mas que a cidade seja beneficiada.
“A escolha dos coordenadores-gerais por meio de eleição mostra que nosso governo é transparente. Esperamos que os profissionais tenham melhores condições de trabalhar e que toda a população ganhe com essa organização”, completa.
Discussão – No fim de setembro, a criação de 160 alvarás para taxistas foi assunto de uma audiência pública realizada na Câmara Municipal. Nos últimos dias, a informação de que a prefeitura pretende criar 160 novos alvarás para os táxis reacendeu a discussão. Para o presidente do Sintáxi (Sindicato dos Taxistas do Estado de Mato Grsso do Sul), Bernardo Quartin Barrios, a criação dos novos táxis partiu de uma ação unilateral da prefeitura e não é aprovada pelos permissionados.
Quem confirma haver um déficit e afirma que alguns pontos da minuta do projeto de lei devem ser rediscutidos é o presidente da Assotáxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), José Carlos Áquila. Ele afirma que são necessários pelo menos novos 120 táxis na praça da Capital para suprir a demanda.
A maioria dos alvarás não tem prazo para término da permissão para explorar o serviço, que é uma concessão pública. Para quem foi contemplado na licitação para 50 alvarás, concluída em 2012, o prazo é de 15 anos. Além da Constituição Federal já prever que toda concessão de serviço público, sendo o táxi um deles, seja precedida por licitação, o governo baixou em 1995, uma lei determinando prazo até 31 de dezembro de 2010 para que os municípios se adequassem às normas.