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Capital

Prefeitura sugere que caçambeiros comprem área para descartar entulho

Prefeitura fechou acordo paliativo para descarte de lixo acumulado há um mês, após fechamento do aterro público, mas, agora caçambeiros terão que pagar pelo descarte em áreas particulares

Luana Rodrigues e Yarima Mecchi | 21/01/2017 11:52
Caçambeiros realizando descarte de lixo acumulado em 100 caçambas, na manhã deste sábado (21). (Foto: André Bittar)
Caçambeiros realizando descarte de lixo acumulado em 100 caçambas, na manhã deste sábado (21). (Foto: André Bittar)

Depois de providenciar um local para que caçambeiros fizessem o descarte do entulho acumulado em 4,2 mil caçambas, emergencialmente, a Prefeitura de Campo Grande diz que agora o setor não tem outra opção a não ser se adequar ao que diz a lei, ou seja, descartar o material apenas em áreas autorizadas.

Como os caçambeiros não concordam com os valores das empresas com autorização para erceber os entulhos, a sugestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e do secretário de Governo e Relações Institucionais, Antônio Lacerda, é que eles comprem uma área particular e providenciem o descarte.

Ao acompanhar o descarte de entulho no aterro “Dom Antônio Barbosa II”, no anel rodoviário, Parque Lageado, na manhã deste sábado (21), Lacerda afirmou que a CGEA Ambiental se comprometeu a receber tanto o entulho, quanto o material extra/ volumoso, e está construindo mais duas áreas de descarte para esses materiais.

“Estamos dando celeridade ao processo para que não haja prejuízo aos catadores, nem para a população e em no máximo dois meses, deve haver uma solução definitiva tanto para o entulho, quanto para o volumoso”, explicou o secretário.

A CGEA Ambiental, localizada na região do bairro José Abrão, cobra de R$ 120 para receber as quatro toneladas de entulho que cabem em uma caçamba, separar e armazenar o material para depois encaminhá-los para a reciclagem.

Outra empresa que também recebe o material é a Progemix Resilix, que fica na Avenida Coronel Antonino, e  trabalha com reciclagem de papelão, alumínio, pneus e madeira, além da fabricação de pré-moldados com restos de alvenaria, cobrando R$ 30 por caçamba deixada no local.

Os caçambeiros não concordam com os valores. “Hoje o preço fechado, incluindo o frete e o descarte, varia em torno de R$ 280 a R$ 300. Isso é inviável, as pessoas não vão pagar e o que acontece é que a gente fica parado e a populaçao vai descartar lixo na rua”, comentou Francisco Pita.

Apesar do impasse, o prefeito Marquinhos Trad (PSD), disse que “está na hora dos caçambeiros terem uma noção exata e buscarem um local próprio para descarte", caso não concordem com o valor cobrado pelas empresas. "Vamos colocar nossas fiscalizações na rua, o que não pode é o lixo ser descartado em um local indevido”, disse.

Sobre o descarte no aterro sanitário da CG Solurb – responsável pela coleta de lixo doméstico – o secretário voltou a reforçar que é algo provisório e emergencial, e que não houve nenhum aditivo ao contrato com empresa, para que ela aceitasse esse acordo.

"Isso já estava previsto em contrato. Acontece que a gestão anterior não aceitava o contrato com a empresa e, por isso, as cláusulas não eram respeitadas", disse Lacerda.

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