ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SEXTA  06    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Prefeitura veta gratuidade no transporte público para vítimas de violência

Município argumentou que a medida comprometeria o equilíbrio dos contratos de concessão atuais

Por Gustavo Bonotto | 15/01/2025 21:35
Prefeitura veta gratuidade no transporte público para vítimas de violência
Mulher sinaliza parada para ônibus que circula nas proximidades do Terminal Bandeirantes. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Na contramão da sanção na lei que garante sigilo a servidoras com medidas protetivas ativas, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), vetou totalmente o projeto que propunha a gratuidade no transporte público coletivo para mulheres vítimas de violência durante o período de atendimentos médicos, psicológicos e judiciais.

Conforme texto publicado nesta quarta-feira (15), na edição extra do Diogrande (Diário Oficial do Município), o veto foi fundamentado em pareceres jurídicos que apontaram questões constitucionais e administrativas no projeto.

A PGM (Procuradoria-Geral do Município) alegou que o projeto violava a Lei Orgânica do Município e o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos, argumentando que apenas o Executivo pode deliberar sobre a gestão de serviços públicos e contratos de concessão.

Já a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) também se posicionou contra a proposta, destacando que a criação de despesas e a isenção de tarifas são competências exclusivas da prefeitura. Além disso, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) indicou a necessidade de uma fonte de financiamento clara para evitar desequilíbrio no contrato de concessão do transporte público e possíveis impactos nas tarifas.

O texto foi proposto pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), durante sessão no dia 18 de dezembro de 2024. No entanto, após a apreciação do texto na Câmara, o próprio setor jurídico da casa de leis opinou pela não tramitação, "[...] considerando que haverá impacto econômico do contrato administrativo de concessão vigente".

Em sua justificativa, a vereadora alega que "[...] as mulheres vítimas de violência são atacadas em seus direitos fundamentais, devido aos danos físicos, psíquicos, financeiros e sociais. Também é importante destacar que a vítima de violência doméstica é, em regra, dependente financeiramente do marido ou companheiro, o que lhe impede de efetuar os deslocamentos necessários”.

Por esses motivos, "[...] proporcionar a gratuidade de transporte à vítima de violência corrobora para o seu restabelecimento físico, mental e psicológico, bem como outorga à sociedade a necessária satisfação, através do devido processo legal, em relação ao agressor", explica.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.

Nos siga no Google Notícias