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Capital

Preso por execução era conhecido como pistoleiro e investigado por 3 homicídios

Marcos e José foram presos hoje pela morte de jovem de 22 anos encomendada por presidiário

Dayene Paz e Bruna Marques | 02/06/2022 09:23
Marcos quando chegava na Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcos quando chegava na Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Marcos Vinicius, de 18 anos, preso pelo assassinato de Rikelmy Lorran Figueiredo Toguiciole, de 22 anos, já tem longa ficha criminal. Além de ser conhecido como "pistoleiro" no Bairro Aero Rancho, é investigado por três homicídios, conforme o delegado Rodolfo Daltro. Marcos Vinicius e o comparsa, José Ribamar, de 20 anos, foram presos preventivamente nesta quinta-feira (2) pela morte de Rikelmy.

Nesta manhã, eles foram levados para a 5ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, que está à frente da investigação e contou com o apoio do GOI (Grupo de Operações e Investigações). À imprensa, pouco depois da prisão da dupla, Rodolfo Daltro explicou detalhes do crime, que definiu como "frio e covarde".

Delegado Rodolfo Daltro, da 5ª DP da Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado Rodolfo Daltro, da 5ª DP da Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

Conforme apurado pela investigação, Rikelmy morava no Bairro Aero Rancho e para evitar más companhias, se mudou para Santa Catarina, onde trabalhava em uma distribuidora de gás. "Ficou dois anos sem retornar a Campo Grande e quando chegou aqui, foi convidado para uma festa", explica.

Foi o início de tudo. "Nessa festa, próprio da idade dele, fizeram um grupo e tiraram uma selfie. Entre essas pessoas, estava uma menina que teve relacionamento com um homem de alta periculosidade, que está preso hoje", conta o delegado.

Rikelmy postou essa foto no Facebook e da cadeia, o ex viu a postagem. "Ele [presidiário] ligou para esse rapaz e falou que se não tirasse a postagem iria ser morto. O rapaz tirou a postagem, mas mesmo assim, ele decretou a morte."

O presidiário contratou Marcos e José para matar Rikelmy. "Eram conhecidos como pistoleiros da região, um deles investigado por três outros homicídios praticados de forma semelhante", revela Daltro. "A vítima, inclusive, conhecia os dois", complementa.

Marcos e José chegando na delegacia nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcos e José chegando na delegacia nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

A dupla chegou na festa por volta das 10h de sábado - 21 de maio - e convidou a vítima para conversar. "A vítima caiu nessa cilada. Foi até a casa dela, que ficava a 150 metros do local da festa, e ao retornar de lá, o motociclista ficou próximo de uma árvore e chamou ele. Atrás dessa árvore, ficou escondido o autor", descreve.

Ao se aproximar do piloto da moto, Rikelmy foi surpreendido pelo atirador, que passou a efetuar vários disparos. As imagens obtidas através de câmera de segurança mostram a vítima correndo. "Ele estava caído morto e eles passam ao lado para confirmar a morte", diz Daltro.

A partir da investigação, a polícia chegou aos dois, que em um primeiro momento, acompanhados de advogados, foram ouvidos e liberados. "Eles apresentaram um tráfego de GPS de uma moto, mas esse veículo não tem relação com o crime. Foi uma forma de tumultuar e confundir a investigação, mas sabíamos que a moto não era essa", pondera. "Além disso, intimidaram a testemunha, a jovem que seria o pivô do crime."

Diante das provas, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos dois, que foi deferida pela Justiça e cumprida hoje no Aero Rancho. Durante o cumprimento de mandados, foram encontradas porções de crack com Marcos. Duas jovens, namoradas dos presos, estavam nas casas e também foram levadas para a delegacia, mas elas não têm relação com os crimes.

Policiais retirando dupla de camburão, na chegada na 5ª DP. (Foto: Henrique Kawaminami)
Policiais retirando dupla de camburão, na chegada na 5ª DP. (Foto: Henrique Kawaminami)

A moto utilizada no assassinato de Rikemy, uma Honda Biz, também foi apreendida. Sobre a arma, a dupla afirma que vendeu para uma pessoa e já foi levada para o Paraguai. "No entanto, a investigação levantou que a pistola 9 mm foi dada como parte do pagamento pelo homicídio", revela Daltro. O presidiário, mandante do crime, também será indiciado por homicídio.

Moto Honda Biz utilizada pelos criminosos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Moto Honda Biz utilizada pelos criminosos. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sobre a vítima, o delegado confirmou que Rikelmy tinha uma passagem quando menor de idade, mas foi morar em outro estado a fim de evitar más amizades. "Era trabalhador, veio curtir as férias e acabou sendo morto."

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